A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU), Alena Douhan, concedeu entrevista coletiva na sexta-feira, 12 de fevereiro, antes de deixar o país, na qual reconheceu o impacto das medidas coercitivas unilaterais dos Estados Unidos sobre o povo venezuelano.
Douhan assegurou que as “sanções” unilaterais violam o direito internacional, após entregar o relatório preliminar sobre sua avaliação da aplicação de medidas coercitivas por Washington e seus parceiros europeus contra a Venezuela, e especificou que o relatório final será apresentado à ONU em setembro de 2021, pelo que instou os interlocutores a continuarem apresentando material adicional para que ele possa refleti-lo em seu relatório final.
“O endurecimento das sanções prejudicou o potencial impacto das reformas (económicas) bem como a capacidade do Estado de implementar projetos sociais”, resumiu o relator.
Durante a coletiva, especificou que se reuniu com o Presidente Nicolás Maduro, a Vice-Presidente Delcy Rodríguez e os Ministros das Relações Exteriores, Habitação, Petróleo, Minas, Alimentação, Igualdade de Gênero, Ciência e Tecnologia, Transporte e Cultura.
Da mesma forma, mencionou que manteve encontros e intercâmbios com os presidentes da PDVSA, BCV, Supremo Tribunal, Promotor e Procurador-Geral, membros da Assembleia Nacional, o Provedor de Justiça, representantes da oposição política venezuelana, sindicatos, Igreja Católica, ONG dos Direitos Humanos, pessoal médico, investigadores independentes e vítimas de violações dos direitos humanos.
“Asseguro que a Venezuela colaborou com todas as informações de que necessitamos para poder executar as conclusões”, disse.
Por outro lado, Douhan instou os governos do Reino Unido, Portugal e dos Estados Unidos e os bancos correspondentes a descongelar os ativos do Banco Central da Venezuela para adquirir medicamentos, vacinas, alimentos, equipamentos médicos e outros, peças de reposição e outros bens essenciais para garantir as necessidades humanitárias do povo da Venezuela e a restauração dos serviços públicos em colaboração com o PNUD e outras agências das Nações Unidas e por meio de mecanismos acordados de cooperação e supervisão.
Foto: Telesur