Alerta sobre o flagelo africano

A pior seca nos últimos 60 anos e conflitos étnicos ou decorrentes de regimes opressores, que se desdobram por décadas. Esse é o quadro que aflige uma boa parte da população de diversos países do continente africano, que sofre com a falta de água, de alimentação, de infraestrutura e de gestão política eficiente para administrar essa catástrofe humanitária. Os números não são precisos, mas estima-se que sejam mais de 4 milhões de homens, mulheres e crianças.

Apesar de eu ser uma pessoa otimista, há momentos que realmente me deprimo, quando vejo notícias da situação tão grave que atinge a Somália, a Etiópia, o Sudão (agora, dividido em dois, com a criação de Sudão do Sul, o 193º país no mundo)…Imagino como aquelas pessoas em um flagelo tão grande, precisam de ajuda, sem tê-la. E por muitas vezes, sucumbem pelo caminho que percorrem, na tentativa de sobreviver.

Por causas políticas, climáticas…essas catástrofes se ampliam e demonstram que a vulnerabilidade não pode ser negligenciada ou constar somente em relatórios…Nossos atos, sejam aqui ou lá, influenciam de alguma forma todo esse processo…As Conferências do Clima (sendo a COP17, no fim deste ano), a Rio+20, no ano que vem, os Fóruns Sociais, ou melhor, nós todos precisamos nos mobilizar para reverter e minizar os impactos sem precedentes, que dia a dia, formam cicatrizes profundas nesses povos.

Como? Ao utilizar as redes sociais, participar de campanhas sérias, como também, incentivando a solidariedade e replicando essas vozes oprimidas, que clamam por ajuda. É preciso utilizar a tecnologia para promover a adaptação e mitigação. Isso é o que me vem à mente, no momento, além da mudança de nosso consumo, obviamente. Porque se consumimos e desperdiçamos mais, emitimos mais CO2 e também promovemos o aumento do desequilíbrio em nosso planeta. Não custa lembrar que chegamos a desperdiçar anualmente 1,3 bilhão de toneladas de alimento, segundo a Agência da ONU para Agricultura e Alimentação.

Nesses países africanos, reconheçam como deve ser duro para uma mãe ou pai, com suas forças esgotadas, ainda terem de deixar alguns filhos para trás, para tentar salvar os outros. É algo que avassala o corpo, o espírito e exige resignação. Os idosos, então, padecem mais rapidante. E é isso que ocorre diariamente, segundo relatos de representantes de organizações humanitárias, como Médico Sem Fronteiras, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Acnur – Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados, entre outros.

Nessa logística do êxodo, em extensões quilométricas, muitos morrem ou quando chegam a um campo de refugiados, como o de Dadaab, no Quênia, se deparam com a superlotação e têm de prosseguir a um caminho incerto, se ainda tiverem forças para isso. Lá estão mais de 440 mil somalis em um local, com pouco mais de 50 km2, que poderia abrigar cerca de 80 mil.

Em notícia recente divulgada pela Acnur, se prevê a criação de mais um campo de refugiados pelo governo queniano, o que nutre um pouco mais de esperança. Essas ações, entretanto, ainda são insuficientes, além das toneladas de alimentos e água que seguem para lá, pelas mais diversas fontes.

A questão é a seguinte: mais e mais refugiados chegam. Desde o início deste ano, segundo a ONU, um número superior a 60 mil somalis caminharam até o Quênia e esse fluxo migratório se torna cada vez mais constante.
Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk-www.twitter.com/SucenaSResk

_Foto: Refugiados somali em Mandera, no Quênia, Revista 30 Dias

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