A Organização Mundial da Saúde (OMS), afirma que os países precisam de “compromissos climáticos ambiciosos se quiserem uma recuperação da pandemia de covid-19 que seja saudável e verde”.
Nesta segunda-feira (11), a agência lançou o Relatório Especial COP-26 sobre Mudança Climática e Saúde, semanas antes da Conferência da ONU sobre Mudança Climática. O evento acontece em novembro em Glasgow, na Escócia.
Mortes por poluição do ar
O diretor-geral da OMS declarou que “a pandemia de covid-19 deixou clara a ligação entre pessoas, animais e meio ambiente”.
Segundo Tedros Ghebreyesus, “escolhas insustentáveis estão matando as pessoas e o planeta”, por isso, “a OMS pede a todos os países para se comprometerem com ações decisivas na COP-26 e limitarem o aquecimento global a 1,5°C.
O novo relatório da OMS destaca 10 prioridades para proteger a saúde da população e do planeta Terra.
Segundo a diretora de Meio Ambiente e Saúde da OMS, Maria Neira, diminuir a poluição do ar pode reduzir em 80% as mortes geradas pelo problema, além de reduzir as emissões de gases que contribuem para a mudança climática.
Carta de médicos de todo o mundo
Um outro exemplo: incentivar que a população faça mais refeições vegetarianas contribui não apenas para a redução global das emissões de gases, mas também pode evitar, até 2050, 5,1 milhões de mortes por ano que acontecem devido a dietas inadequadas.
O relatório foi lançado ao mesmo tempo em que dois terços da força de trabalho global de saúde, ou 45 milhões de médicos e profissionais de saúde, assinaram uma carta pedindo aos líderes mundiais para firmarem compromissos pelo clima na COP-26.
Na carta, é explicado que muitos pacientes já buscam tratamento para problemas de saúde causados pelos impactos da mudança climática. Ondas de calor, tempestades, enchentes são exemplos de eventos do clima que estão matando pessoas e prejudicando milhões de vidas.
Ações em todos os setores
Segundo a OMS, a mudança climática também ameaça a segurança alimentar e o acesso à água, que acabam aumentando os casos de várias doenças, como a malária, além de influenciar a saúde mental das pessoas.
O relatório afirma que “a queima de combustíveis fósseis mata e a mudança climática é a maior ameaça à saúde da humanidade”. A poluição do ar, por exemplo, causa 13 mortes por minuto no mundo.
O documento conclui que proteger a saúde das pessoas depende de ação transformadora em todos os setores, incluindo energia, transportes, natureza, sistema alimentar e finanças.
Anexo sobre os eventos extremos do clima, como essa enchente do Haiti, podem afetar a saúde das pessoas: MINUSTAH/Logan Abassi