O lado nazista da família Bush
Que a face de “aliado incondicional de Israel” é representada diariamente pelo governo de George W. Bush, isso não é notícia. Mas a ironia por trás do mais recente discurso do presidente estadunidense no Knesset, em que ele reviveu o caso de um senador isolacionista dos EUA, William Borah, a quem se atribui a fantasia de que, se ele tivesse podido falar antes com Adolf Hitler, teria sido possível evitar a invasão nazista da Polônia em 1939, é que a própria família Bush teve um papel vital em dar suporte ao regime nazista.
Em discurso ao Parlamento de Israel em 15 de maio, Bush afirmou: “Há quem acredite que nós deveríamos negociar com terroristas, como se houvesse algum argumento engenhoso capaz de persuadi-los de que estão errados todo este tempo. Nós já ouvimos essas tolices antes. Quando os nazistas invadiram a Polônia em 1939, um senador americano declarou: ‘Deus! Se nós ao menos tivéssemos conversado com Hitler, tudo isto teria sido evitado’”. Claramente, tratava-se de um ataque a Barack Obama. Mas se William Borah, autor da citação usada por Bush, pode ter parecido ser ingênuo, o que dizer então sobre o papel da família Bush em providenciar assistência bancária e industrial para os nazistas construírem suas máquinas de guerra na década de 1930?
Evidências arquivadas pelo governo estadunidense, recentemente abertas para pesquisa pública, mostram claramente que Prescott Bush, avô de George W. Bush, era diretor e investidor de empresas que lucraram e colaboraram diretamente com o fortalecimento do regime nazista alemão. Mais irônico do que isso, essa profunda relação de negócios continuou depois de Hitler ter invadido a Polônia em 1939, e até mesmo depois de a Alemanha ter declarado guerra contra os Estados Unidos, após o bombardeio japonês de Pearl Harbor, em 1941. Essa aliança entre a família Bush e Adolf Hitler só chegou ao fim em 1942, após o governo estadunidense ter declarado o “Ato de Troca com o Inimigo”, que acabou por congelar os negócios entre ambas as partes. Não por interesse próprio, mas forçado pela nova lei, a família Bush deixou de trabalhar com os nazistas.
Obviamente, esses são detalhes que a mídia corporativa ocidental não comentará até alguns anos após a aposentadoria de George W. Bush, quando novos criminosos estiverem no poder e sob proteção nos Estados Unidos. Mas certamente um discurso mais honesto perante o Knesset deveria conter um pedido formal de desculpas ao povo judaico, vindo de um beneficiador direto de negócios que impulsionaram os nazistas na Segunda Guerra Mundial. Quem sabe, uma apologia em nome de uma família que, por sua ganância, contribuiu com a matança de milhares de judeus em troca de benefícios comerciais? É inegável que a riqueza da família Bush, que acelerou o seu fortalecimento político nos Estados Unidos, derivou em grande parte da colaboração com os nazistas, fazendo uso da mão-de-obra escrava de Auschwitz e outros campos de concentração.
George W. Bush aparentemente não viu motivos para lembrar o mundo de mais um capítulo negro de sua história, afinal, são fatos que desapareceram da consciência pública após a Segunda Guerra. Protegido por advogados influentes e amigos políticos, Prescott Bush colocou de lado o escândalo e garantiu uma cadeira no Senado, iniciando a dinastia Bush na política estadunidense. Mas pensando bem: existiria o “Estado de Israel” sem o trabalho dos nazistas? Talvez os Bush sabiam muito bem qual era papel o deles.
FONTE:
Jornal Oriente Médio Vivo – http://www.orientemediovivo.com.br
Edição nº104 – http://orientemediovivo.com.br/pdfs/edicao_104.pdf
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