Fotos de Ignacio Lemus
Lima, Peru – Cerca de 2 mil pessoas estiveram presentes na Marcha que coloriu as ruas do centro de Lima, dia 8 de março, divididas em aproximadamente 70 grupos ligados a sindicalistas, campesinas, indígenas, feministas, além de manifestantes independentes, seguindo a agenda de lutas pela igualdade de gênero e a garantia dos direitos humanos no país e no mundo.
Este ano as personagens principais da luta feminina peruana estiveram representadas pelas mulheres do campo, através da FEMUCARINAP – Federación de Mujeres Campesinas, Artesanas, Indígenas, Nativas y Asalariadas del Perú – que fizeram uma grande homenagem a Pachamama (Mãe Terra) e focalizaram suas manifestações em apoio às mulheres rurais, sementes nativas e contra a entrada de plantas e alimentos transgênicos no país.
Em comemoração aos 100 anos de luta do 8 de março, a Federação exibia seu manifesto através de 100 cartazes nas mãos de mulheres do campo oriundas das diversas regiões do país. A prefeita da cidade de Lima, Susana Villarán, exibia o centésimo cartaz com os dizeres – Somos peças chave na segurança alimentar do planeta, por isso demandamos atenção e apoio. Ela se comprometeu a receber as delegações femininas em seu gabinete para escutar suas principais demandas.
A erradicação da violência contra a mulher também foi uma das bandeiras de luta, em um país que em 2010 chegou a registrar aproximadamente 10 mortes por mês em consequência da violência de gênero, de acordo com dados da organização Flor Tristán.
Outra importante reivindicação dos movimentos sociais presentes na marcha em 2011, foi no sentido de unir esforços em uma campanha até o dia 10 de abril, quando acontecem as eleições presidenciais no país, chamando a atenção para a necessidade de políticas públicas que garantam a equidade e um sistema politico e eleitoral livre de machismo.
Julia Nassif de Souza é antropóloga e comunicadora social.