Honduras: golpismo embalado por terrorismo (I)

Luis Posada Carriles (80 anos) é cubano de nascimento e nacionalizado
venezuelano. É responsável por vários atos terroristas contra o povo cubano,
incluindo bombas em vários hotéis turísticos e a explosão de um avião da
linha aérea Cubana de Aviação, matando 73 pessoas. Aluno na “Escola das
Américas”, foi treinado pelo exército estadunidense, nos anos 1960, e
documentos recentemente desclassificados pelo governo dos EUA mostram que
ele estava também na folha de pagamentos da CIA entre 1960 e 1976.

Depois da explosão o avião que fazia uma linha comercial entre Venezuela e
Cuba, em 1976 (bem antes de Chávez assumir a presidência do país), Carriles
foi preso na Venezuela, mas “fugiu” da prisão enquanto aguardava julgamento!
Há suspeitas que esteve envolvido na venda de armas para os “contra” da
Nicarágua e é considerado “fugitivo internacional” desde 1980.

Em 2000 foi novamente preso e condenado por participar, com Gaspar Jiménez,
Pedro Remón e Guillermo Sampol, de uma conspiração para assassinar Fidel
Castro durante um encontro internacional no Panamá. Curiosamente, a
ex-presidenta panamenha, Mireya Moscoso, perdoou os quatro terroristas nos
dias finais de seu governo. Jiménez, Remón e Sampol viajaram para os Estados
Unidos logo depois.

No dia 13 de Abril de 2005 o mundo foi surpreendido com a notícia de que
Pousada Carriles havia pedido “asilo político” aos EUA. As notícias diziam
que ele tinha entrado ilegalmente em território estadunidense e estava
escondido entre os anticastristas de Miami. Dias depois, o Supremo Tribunal
de Justiça da Venezuela apresentou um pedido de extradição por Posada
Carriles e, imediatamente, o Secretário do Departamento de Estado, Roger
Noriega (curiosamente um dos organizadores da operação dos “contra” na
Nicarágua), jurava “por todas as juras” que Posada não estava no país.

Uma semana mais tarde, o jornal Miami Herald entrevistou Posada Carriles
dizendo que vivia na Flórida. Na entrevista, ele confessa que colocou a
bomba no avião cubano, a tentativa de assassinato de Fidel Castro e outros
ataques terroristas à Ilha. Aproveita a entrevista para pedir novamente
asilo político.

Depois disto, alegou que não concedeu tal entrevista, mas foi preso por
entrar ilegalmente no país. O curioso é que responde ao processo em
liberdade, vivendo em Miami, e uma juíza dos EUA adiou o seu julgamento para
o dia 1 de fevereiro de 2010, alegando que ele “precisa de tempo para montar
sua defesa”. Kathleen Cardone, a tal “juíza”, disse que o processo contra
ele se tornou “muito complexo” diante dos novos dados. Na verdade, sabemos
que está sendo montado um grande circo para tentar livrar o maior terrorista
vivo da história.

Que relação tem toda esta história do arquiterrorista com o que acontece
agora em Honduras?

Em primeiro lugar porque sabemos que o multimilionário Rafael Hernández
“Ralph” Nodarse, financiador das atividades de Posada Carriles contra Cuba,
está na lista dos que apoiaram o golpe militar em Honduras e foi um dos
primeiros a “reconhecer” o “novo governo”. Nodarse, proprietário do Canal 6
de televisão, colocou toda a sua rede de informações a serviço dos
golpistas. Sua rede de TV está mantendo uma vasta programação diária de
apoio ao golpe, transmitindo apenas informações de interesse da ditadura
implantada no país. Nodarse é conhecido como “ponte” da CIA para financiar
projetos contra Cuba e todos os seus veículos de comunicação (televisão,
rádio, jornais e uma página na internet) estão permanentemente a serviço dos
EUA e fazendo campanha contra o “comunismo que quer dominar a América
Latina”.

Em Honduras, além de uma vasta rede de comunicação, “Ralph” Nodarse também
tinha o monopólio das importações de medicamentos (vindos dos EUA). Por mais
de 20 anos, em governos anteriores, Nodarse tinha todas as garantias de
dominar o setor de importação de remédios no país. Mas Manuel Zelaya mudou a
legislação e acabou com a mamata. Além disto, segundo fontes de organizações
de direitos humanos, Nodarse é o maior importador de armas em Honduras.

Mas a coisa vai se complicando na medida que pesquisamos os jornais mais
antigos e algumas matérias publicadas.

No dia 27 de janeiro de 2006, uma semana depois de tomar posse como novo
presidente do país, Manuel Zelaya foi procurado por Charles Ford, embaixador
estadunidense no país, que pediu “asilo” para Posada Carriles. Esta conversa
foi relatada pelo próprio Zelaya a jornalistas hondurenhos, dizendo que
recusou o pedido porque “Carriles era uma pessoa muito questionada no mundo
inteiro por seus atos”.

O que nossos jornais não dizem é que um dos pontos centrais da atual crise
hondurenha é a base militar estadunidense no país. Isto mesmo: a base
militar de Soto Cano, a 97 quilômetros da capital e um dos principais
centros de operação da Força Aérea estadunidense na região. A base foi
criada em 1981 (governo Reagan) e o coronel Oliver North a usou como centro
de operações dos “Contras”, treinando paramilitares e agentes da CIA contra
o governo sandinista da Nicarágua. A base tem atualmente cerca de 600
soldados estadunidenses, além de 18 aviões de combate de última geração,
helicópteros UH-60 “BlackHawk” e CH-47 “Chinook”. O problema é que o
presidente Manuel Zelaya havia assinado um decreto para transformar a base
em um aeroporto civil. Para completar este quadro, é importante lembrar que
o comandante da aeronáutica de Honduras, general Luis Javier Suazo, e o
chefe do estado maior que comandou o golpe, general Romeo Vásquez, foram
alunos na (tristemente) famosa Escola das Américas, mantida pelo exército
dos EUA e onde estudaram Pinochet, Videla, Golbery, Somoza e muitos outros
ditadores que conhecemos bem!

Em Junho de 2008, visitando Honduras, John Negropont (outro dos
idealizadores da operação “contras”, na Nicarágua) encontrou-se com Zelaya
para dizer que o governo dos EUA não estava contente com a proposta de
transformar a base militar estadunidense em um aeroporto civil. Mas não
conseguiu demover o presidente hondurenho de sua proposta.

Para “não perder a viagem”, Negropont teve outros encontros na capital
hondurenha: em primeiro lugar, uma reunião “de trabalho” com Vilma Morales,
a presidenta da Suprema Corte de Justiça do país que agora assinou o
“decreto” que originou o golpe militar; depois deste encontro, foi “visitar”
o “amigo” Roberto Micheletti, o golpista que se diz presidente. Ah! Também
se encontrou com dois ex-presidentes hondurenhos, Carlso Flores e Ricardo
Maduro, que agora apóiam o golpe.

Negroponte, Posada Carriles, Nodarse, Micheletti… e por aí vai. Em outras
palavras: golpismo e terrorismo andando de mãos dadas!
Honduras: golpismo embalado por terrorismo (I).*

(Ernesto Germano Parés – 06 de julho de 2009)

Luis Posada Carriles (80 anos) é cubano de nascimento e nacionalizado
venezuelano. É responsável por vários atos terroristas contra o povo cubano,
incluindo bombas em vários hotéis turísticos e a explosão de um avião da
linha aérea Cubana de Aviação, matando 73 pessoas. Aluno na “Escola das
Américas”, foi treinado pelo exército estadunidense, nos anos 1960, e
documentos recentemente desclassificados pelo governo dos EUA mostram que
ele estava também na folha de pagamentos da CIA entre 1960 e 1976.

Depois da explosão o avião que fazia uma linha comercial entre Venezuela e
Cuba, em 1976 (bem antes de Chávez assumir a presidência do país), Carriles
foi preso na Venezuela, mas “fugiu” da prisão enquanto aguardava julgamento!
Há suspeitas que esteve envolvido na venda de armas para os “contra” da
Nicarágua e é considerado “fugitivo internacional” desde 1980.

Em 2000 foi novamente preso e condenado por participar, com Gaspar Jiménez,
Pedro Remón e Guillermo Sampol, de uma conspiração para assassinar Fidel
Castro durante um encontro internacional no Panamá. Curiosamente, a
ex-presidenta panamenha, Mireya Moscoso, perdoou os quatro terroristas nos
dias finais de seu governo. Jiménez, Remón e Sampol viajaram para os Estados
Unidos logo depois.

No dia 13 de Abril de 2005 o mundo foi surpreendido com a notícia de que
Pousada Carriles havia pedido “asilo político” aos EUA. As notícias diziam
que ele tinha entrado ilegalmente em território estadunidense e estava
escondido entre os anticastristas de Miami. Dias depois, o Supremo Tribunal
de Justiça da Venezuela apresentou um pedido de extradição por Posada
Carriles e, imediatamente, o Secretário do Departamento de Estado, Roger
Noriega (curiosamente um dos organizadores da operação dos “contra” na
Nicarágua), jurava “por todas as juras” que Posada não estava no país.

Uma semana mais tarde, o jornal Miami Herald entrevistou Posada Carriles
dizendo que vivia na Flórida. Na entrevista, ele confessa que colocou a
bomba no avião cubano, a tentativa de assassinato de Fidel Castro e outros
ataques terroristas à Ilha. Aproveita a entrevista para pedir novamente
asilo político.

Depois disto, alegou que não concedeu tal entrevista, mas foi preso por
entrar ilegalmente no país. O curioso é que responde ao processo em
liberdade, vivendo em Miami, e uma juíza dos EUA adiou o seu julgamento para
o dia 1 de fevereiro de 2010, alegando que ele “precisa de tempo para montar
sua defesa”. Kathleen Cardone, a tal “juíza”, disse que o processo contra
ele se tornou “muito complexo” diante dos novos dados. Na verdade, sabemos
que está sendo montado um grande circo para tentar livrar o maior terrorista
vivo da história.

Que relação tem toda esta história do arquiterrorista com o que acontece
agora em Honduras?

Em primeiro lugar porque sabemos que o multimilionário Rafael Hernández
“Ralph” Nodarse, financiador das atividades de Posada Carriles contra Cuba,
está na lista dos que apoiaram o golpe militar em Honduras e foi um dos
primeiros a “reconhecer” o “novo governo”. Nodarse, proprietário do Canal 6
de televisão, colocou toda a sua rede de informações a serviço dos
golpistas. Sua rede de TV está mantendo uma vasta programação diária de
apoio ao golpe, transmitindo apenas informações de interesse da ditadura
implantada no país. Nodarse é conhecido como “ponte” da CIA para financiar
projetos contra Cuba e todos os seus veículos de comunicação (televisão,
rádio, jornais e uma página na internet) estão permanentemente a serviço dos
EUA e fazendo campanha contra o “comunismo que quer dominar a América
Latina”.

Em Honduras, além de uma vasta rede de comunicação, “Ralph” Nodarse também
tinha o monopólio das importações de medicamentos (vindos dos EUA). Por mais
de 20 anos, em governos anteriores, Nodarse tinha todas as garantias de
dominar o setor de importação de remédios no país. Mas Manuel Zelaya mudou a
legislação e acabou com a mamata. Além disto, segundo fontes de organizações
de direitos humanos, Nodarse é o maior importador de armas em Honduras.

Mas a coisa vai se complicando na medida que pesquisamos os jornais mais
antigos e algumas matérias publicadas.

No dia 27 de janeiro de 2006, uma semana depois de tomar posse como novo
presidente do país, Manuel Zelaya foi procurado por Charles Ford, embaixador
estadunidense no país, que pediu “asilo” para Posada Carriles. Esta conversa
foi relatada pelo próprio Zelaya a jornalistas hondurenhos, dizendo que
recusou o pedido porque “Carriles era uma pessoa muito questionada no mundo
inteiro por seus atos”.

O que nossos jornais não dizem é que um dos pontos centrais da atual crise
hondurenha é a base militar estadunidense no país. Isto mesmo: a base
militar de Soto Cano, a 97 quilômetros da capital e um dos principais
centros de operação da Força Aérea estadunidense na região. A base foi
criada em 1981 (governo Reagan) e o coronel Oliver North a usou como centro
de operações dos “Contras”, treinando paramilitares e agentes da CIA contra
o governo sandinista da Nicarágua. A base tem atualmente cerca de 600
soldados estadunidenses, além de 18 aviões de combate de última geração,
helicópteros UH-60 “BlackHawk” e CH-47 “Chinook”. O problema é que o
presidente Manuel Zelaya havia assinado um decreto para transformar a base
em um aeroporto civil. Para completar este quadro, é importante lembrar que
o comandante da aeronáutica de Honduras, general Luis Javier Suazo, e o
chefe do estado maior que comandou o golpe, general Romeo Vásquez, foram
alunos na (tristemente) famosa Escola das Américas, mantida pelo exército
dos EUA e onde estudaram Pinochet, Videla, Golbery, Somoza e muitos outros
ditadores que conhecemos bem!

Em Junho de 2008, visitando Honduras, John Negropont (outro dos
idealizadores da operação “contras”, na Nicarágua) encontrou-se com Zelaya
para dizer que o governo dos EUA não estava contente com a proposta de
transformar a base militar estadunidense em um aeroporto civil. Mas não
conseguiu demover o presidente hondurenho de sua proposta.

Para “não perder a viagem”, Negropont teve outros encontros na capital
hondurenha: em primeiro lugar, uma reunião “de trabalho” com Vilma Morales,
a presidenta da Suprema Corte de Justiça do país que agora assinou o
“decreto” que originou o golpe militar; depois deste encontro, foi “visitar”
o “amigo” Roberto Micheletti, o golpista que se diz presidente. Ah! Também
se encontrou com dois ex-presidentes hondurenhos, Carlso Flores e Ricardo
Maduro, que agora apóiam o golpe.

Negroponte, Posada Carriles, Nodarse, Micheletti… e por aí vai. Em outras
palavras: golpismo e terrorismo andando de mãos dadas!
Honduras: golpismo embalado por terrorismo (I).*

(Ernesto Germano Parés – 06 de julho de 2009)

Luis Posada Carriles (80 anos) é cubano de nascimento e nacionalizado
venezuelano. É responsável por vários atos terroristas contra o povo cubano,
incluindo bombas em vários hotéis turísticos e a explosão de um avião da
linha aérea Cubana de Aviação, matando 73 pessoas. Aluno na “Escola das
Américas”, foi treinado pelo exército estadunidense, nos anos 1960, e
documentos recentemente desclassificados pelo governo dos EUA mostram que
ele estava também na folha de pagamentos da CIA entre 1960 e 1976.

Depois da explosão o avião que fazia uma linha comercial entre Venezuela e
Cuba, em 1976 (bem antes de Chávez assumir a presidência do país), Carriles
foi preso na Venezuela, mas “fugiu” da prisão enquanto aguardava julgamento!
Há suspeitas que esteve envolvido na venda de armas para os “contra” da
Nicarágua e é considerado “fugitivo internacional” desde 1980.

Em 2000 foi novamente preso e condenado por participar, com Gaspar Jiménez,
Pedro Remón e Guillermo Sampol, de uma conspiração para assassinar Fidel
Castro durante um encontro internacional no Panamá. Curiosamente, a
ex-presidenta panamenha, Mireya Moscoso, perdoou os quatro terroristas nos
dias finais de seu governo. Jiménez, Remón e Sampol viajaram para os Estados
Unidos logo depois.

No dia 13 de Abril de 2005 o mundo foi surpreendido com a notícia de que
Pousada Carriles havia pedido “asilo político” aos EUA. As notícias diziam
que ele tinha entrado ilegalmente em território estadunidense e estava
escondido entre os anticastristas de Miami. Dias depois, o Supremo Tribunal
de Justiça da Venezuela apresentou um pedido de extradição por Posada
Carriles e, imediatamente, o Secretário do Departamento de Estado, Roger
Noriega (curiosamente um dos organizadores da operação dos “contra” na
Nicarágua), jurava “por todas as juras” que Posada não estava no país.

Uma semana mais tarde, o jornal Miami Herald entrevistou Posada Carriles
dizendo que vivia na Flórida. Na entrevista, ele confessa que colocou a
bomba no avião cubano, a tentativa de assassinato de Fidel Castro e outros
ataques terroristas à Ilha. Aproveita a entrevista para pedir novamente
asilo político.

Depois disto, alegou que não concedeu tal entrevista, mas foi preso por
entrar ilegalmente no país. O curioso é que responde ao processo em
liberdade, vivendo em Miami, e uma juíza dos EUA adiou o seu julgamento para
o dia 1 de fevereiro de 2010, alegando que ele “precisa de tempo para montar
sua defesa”. Kathleen Cardone, a tal “juíza”, disse que o processo contra
ele se tornou “muito complexo” diante dos novos dados. Na verdade, sabemos
que está sendo montado um grande circo para tentar livrar o maior terrorista
vivo da história.

Que relação tem toda esta história do arquiterrorista com o que acontece
agora em Honduras?

Em primeiro lugar porque sabemos que o multimilionário Rafael Hernández
“Ralph” Nodarse, financiador das atividades de Posada Carriles contra Cuba,
está na lista dos que apoiaram o golpe militar em Honduras e foi um dos
primeiros a “reconhecer” o “novo governo”. Nodarse, proprietário do Canal 6
de televisão, colocou toda a sua rede de informações a serviço dos
golpistas. Sua rede de TV está mantendo uma vasta programação diária de
apoio ao golpe, transmitindo apenas informações de interesse da ditadura
implantada no país. Nodarse é conhecido como “ponte” da CIA para financiar
projetos contra Cuba e todos os seus veículos de comunicação (televisão,
rádio, jornais e uma página na internet) estão permanentemente a serviço dos
EUA e fazendo campanha contra o “comunismo que quer dominar a América
Latina”.

Em Honduras, além de uma vasta rede de comunicação, “Ralph” Nodarse também
tinha o monopólio das importações de medicamentos (vindos dos EUA). Por mais
de 20 anos, em governos anteriores, Nodarse tinha todas as garantias de
dominar o setor de importação de remédios no país. Mas Manuel Zelaya mudou a
legislação e acabou com a mamata. Além disto, segundo fontes de organizações
de direitos humanos, Nodarse é o maior importador de armas em Honduras.

Mas a coisa vai se complicando na medida que pesquisamos os jornais mais
antigos e algumas matérias publicadas.

No dia 27 de janeiro de 2006, uma semana depois de tomar posse como novo
presidente do país, Manuel Zelaya foi procurado por Charles Ford, embaixador
estadunidense no país, que pediu “asilo” para Posada Carriles. Esta conversa
foi relatada pelo próprio Zelaya a jornalistas hondurenhos, dizendo que
recusou o pedido porque “Carriles era uma pessoa muito questionada no mundo
inteiro por seus atos”.

O que nossos jornais não dizem é que um dos pontos centrais da atual crise
hondurenha é a base militar estadunidense no país. Isto mesmo: a base
militar de Soto Cano, a 97 quilômetros da capital e um dos principais
centros de operação da Força Aérea estadunidense na região. A base foi
criada em 1981 (governo Reagan) e o coronel Oliver North a usou como centro
de operações dos “Contras”, treinando paramilitares e agentes da CIA contra
o governo sandinista da Nicarágua. A base tem atualmente cerca de 600
soldados estadunidenses, além de 18 aviões de combate de última geração,
helicópteros UH-60 “BlackHawk” e CH-47 “Chinook”. O problema é que o
presidente Manuel Zelaya havia assinado um decreto para transformar a base
em um aeroporto civil. Para completar este quadro, é importante lembrar que
o comandante da aeronáutica de Honduras, general Luis Javier Suazo, e o
chefe do estado maior que comandou o golpe, general Romeo Vásquez, foram
alunos na (tristemente) famosa Escola das Américas, mantida pelo exército
dos EUA e onde estudaram Pinochet, Videla, Golbery, Somoza e muitos outros
ditadores que conhecemos bem!

Em Junho de 2008, visitando Honduras, John Negropont (outro dos
idealizadores da operação “contras”, na Nicarágua) encontrou-se com Zelaya
para dizer que o governo dos EUA não estava contente com a proposta de
transformar a base militar estadunidense em um aeroporto civil. Mas não
conseguiu demover o presidente hondurenho de sua proposta.

Para “não perder a viagem”, Negropont teve outros encontros na capital
hondurenha: em primeiro lugar, uma reunião “de trabalho” com Vilma Morales,
a presidenta da Suprema Corte de Justiça do país que agora assinou o
“decreto” que originou o golpe militar; depois deste encontro, foi “visitar”
o “amigo” Roberto Micheletti, o golpista que se diz presidente. Ah! Também
se encontrou com dois ex-presidentes hondurenhos, Carlso Flores e Ricardo
Maduro, que agora apóiam o golpe.

Negroponte, Posada Carriles, Nodarse, Micheletti… e por aí vai. Em outras
palavras: golpismo e terrorismo andando de mãos dadas!
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