Hitler foi assim descrito por seu Ministro do Armamento e Intendência: “Ele se considerava o homem mais amado pelo povo em toda a história da Alemanha. Desde Lutero não teria havido alguém a quem os alemães, em todos os lugares, afluíssem tão espontaneamente”.
Mas assim que a guerra muda de rumo, Hitler tem que lidar com outra realidade, a das derrotas sucessivas!
Quando as grandes cidades alemãs bombardeadas começam, uma a uma, a cair em ruínas, Speer não foi o único achar aconselhável, e mesmo necessário, que Hitler as visitasse. Hitler recusaou-se obstinadamente a se deixar ver nas cidades bombardeadas. Ele não teria sido absolutamente capaz de visitar homens que tivessem motivos verdadeiros para tristeza e queixas.
Com que palavras poderia se dirigir a eles?
Compaixão não sentia por ninguém, a não ser nos últimos estágios, por si próprio; a quem, pois, teria podido demonstrar convincentemente sua condolência para infelicidade alheia?
Hitler, como outros paranoicos no poder, não tinha capacidade sequer para fingir sentimentos “mais frágeis”, e se os desprezava que dirá então senti-los? Hitler entre queixosos é inimaginável!
A partir da exposição de Speer, a indiferença de Hitler pelo destino do seu povo- cuja grandeza e expansão afirmava ser o verdadeiro sentido, o propósito e o conteúdo de sua vida- torna-se evidente de uma maneira tal que, provavelmente, inexistia até então, exemplo comparável!
Em seu desdém por esses valores, na depreciação de seu significado para todos os seres humanos, Hitler demonstrou uma cegueira sem igual. Só por esta razão, mesmo que tivesse vencido o que é impensável, seu poder teria se desintegrado rapidamente. Em todos os confins de seu império haveria rebeliões que acabariam por contagiar seus próprios adeptos!
Temos muito o aprender com a história e com seus personagens. Afinal,
VIDAS IMPORTAM, ONTEM, HOJE E SEMPRE!
Referências: Speer, A.. Por dentro do III Reich, Artenova./ Canetti, E.. A consciência das palavras. Companhia de Bolso.
Convidamos à leitura de nossa crônica.
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