Durante o evento, Brandon Wu, da ActionAid – Estados Unidos, disse que depois do furacão Sandy 60% dos estadunidenses declararam acreditar nas mudanças climáticas. A má notícias é que 41% ainda acha que isso não é culpa da intervenção humana. Wu ainda declarou que o debate sobre um financiamento climático – onde países desenvolvidos financiariam a transição para um desenvolvimento econômico sustentável dos países em desenvolvimento – está prestes a cair de um precipício. Ele desafiou os países desenvolvidos a reconsiderarem suas finanças em Doha para inovar os seus recursos na agenda das mudanças climáticas. Brandon Wu também fez um chamado à sociedade civil para que seja mais ambiciosa e faça mais pressão ao governo. “Eu espero que aqui em Doha vocês [sociedade civil] possam nos mostrar como pressionar os governos para que eles ajam”.
Na mesma mesa estava Dale Wen, do International Forum for Globalization, na China. Dale fez duras críticas à maneira como os EUA lidam para minimizar os impactos das mudanças do clima e disse que a China, apesar de também estar na lista dos maiores emissores do mundo, já investiu três vezes mais que os EUA em tecnologias de energias renováveis. Segundo ela o desafio da China também tem a ver com a população, uma vez que o país concentra 2 bilhões de pessoas, fazendo com que ele seja responsável por 9% das emissões de gazes que causam o aquecimento da Terra. “Mas os EUA, com muito menos pessoas, é responsável por 29% das emissões”, declarou.
O debate também contou com a presença de Dooley, da FERN Advocates, da União Européia, que denunciou que a União Européia pretende em Doha postergar as suas metas de redução das suas emissões e estender a conclusão da mesma para depois de 2020. Segundo ela isso seria uma grande catástrofe. Meena Raman, Third World Network, que completou o debate, definiu que Doha, resumidamente, servirá para dizer “vamos ou não vamos ter um real compromisso para a agenda climática?”.