Criação da carreira de magistério indígena e ampliação do acesso dos índios à educação superior estão entre as propostas apresentadas no 1º Congresso Brasileiro de Acadêmicos, Pesquisadores e Profissionais Indígenas, encerrado na sexta-feira, dia 17, na Universidade de Brasília
Os participantes do encontro também sugeriram a criação de universidades em áreas indígenas, a adoção de cotas em concursos públicos e a concessão de bolsas de estudos para pesquisadores da área.
Ainda no que se refere à educação superior, foi sugerida a criação de um sistema de bolsas para povos indígenas, como o do Programa Universidade para Todos (ProUni), e a inclusão da disciplina direito indigenista nos cursos de direito.
Houve propostas também na área do ensino médio, como a implementação de cursos técnicos profissionalizantes de acordo com a demanda de serviços das aldeias e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) específico para indígenas.
Encontro
O encontro reuniu cerca de 600 participantes, entre lideranças de organizações, comunidades indígenas, estudantes, pesquisadores, técnicos e profissionais de 70 povos. O objetivo do congresso foi o de coletar subsídios para uma política de Estado de educação superior para os povos indígenas, proporcionar espaço amplo para a troca de experiências de estudantes nas universidades e valorizar os conhecimentos tradicionais no meio acadêmico.
Para o coordenador de educação escolar indígena do MEC, Gersem Baniwa, o encontro mostrou ser possível formar uma grande aliança na luta pelos direitos indígenas no Brasil.
De acordo com o diretor do Memorial dos Povos Indígenas, Marcos Terena, o congresso gerou grande expectativa no meio acadêmico. “A idéia é que possamos adquirir base para, futuramente, termos a universidade indígena”, diz. Terena destaca que o índio já é doutor em suas tradições, mas o diploma acadêmico só terá valor se esses costumes originais forem respeitados. Jornal da Ciência