De um lado os judeus ortodoxos de Israel, do outro o Papa Bento XVI. Ao se darem conta que homossexuais e simpatizantes vão mesmo marchar sobre Jerusalém, ambos somaram forças na tentativa de impedir a qualquer custo que a manifestação se concretize. A Parada do Orgulho Gay está marcada para esta sexta-feira, dia 10.
Guerras e violências tem sido pretexto, nos últimos anos, para forçar as autoridades a fechar o caminho escolhido pelos/as manifestantes e impedir a realização da Parada do Orgulho Gay na cidade sagrada.
Os juízes desta vez não estavam tão dispostos a ceder ao alarde dos grupos conservadores, que sairam queimando pneus pela cidade em sinal de protesto. A marcha parece prestes a se confirmar, protegida por rigorosas medidas de segurança contra novos distúrbios.
Os ataques israelenses à Faixa de Gaza, na quarta-feira, matando 18 civis palestinas/os, incluindo crianças, e seguidos de pedidos de desculpas pelo bombardeio de alvo errado, acrescentaram argumentos à resistência homofóbica.
Após três processos dos religiosos judeus ultra-ortodoxos para impedir a realização da marcha, até agora sem resposta da Corte Suprema, a Igreja Católica também resolveu intervir.
Em uma carta ao ministério das Relações Exteriores de Israel, o Vaticano pediu às autoridades que desautorizem a parada, por ser “ofensiva à grande maioria de judeus, muçulmanos e cristãos, dado o caráter sagrado da cidade de Jerusalém”.
Mostrando preocupação com “os sentimentos religiosos dos crentes”, e reiterando que “o direito à liberdade de expressão, sancionada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, está sujeito a limites”, a Sante Sé expressa mais uma vez seu desprezo pelos direitos dos/as homossexuais.
A barulheira fundamentalista está contribuindo para chamar a atenção mundial para a Parada de Jerusalém deste ano (a manifestação já acontece em Tel Aviv desde 2001) e reforçando a expectativa de que umas oito mil pessoas marchem orgulhosas, nesta sexta-feira, por Jerusalém. A Corte Suprema deve tomar uma decisão ainda nesta quinta-feira.
Direito de se orgulhar
Eles realmente impediram. A marcha foi realizada em outro lugar.Isso mostra como a política que mata pessoas se baseia na intolerância. Não aceita o que a humanidade é. Continuaremos!