Na noite dessa última segunda-feira, 03.12, o embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, chefe da delegação brasileira na COP18, anuncio que juntamente com a Noruega, o Brasil foi convidado a conduzir as negociações sobre o Protocolo de Quioto. Para entender o que isso significa: o Protocolo de Quioto foi um acordo criado na década de 90 onde países desenvolvidos assumiam metas para a redução de suas emissões de gases que causam o aquecimento do Planeta – o que resultam em desastres naturais como furacões e enchentes. Na época, os países em desenvolvimento, como Brasil e China, não precisavam assumir metas, mas eram incentivados a cria-las e assumi-las voluntariamente.
Pois bem, 15 anos se passaram e os países desenvolvidos pouco ou nada fizeram. O planeta continua ficando mais quente, o número de desastres naturais aumenta cada vez mais (vide as enchentes assustadores que acontecem nas cidades brasileiras no verão. Isso, definitivamente, não é normal!), e o prejuízo disso tudo já está na casa de centenas de bilhões de dólares.
Aqui em Doha, no Qatar, representantes de 192 países estão reunidos para fazer um novo acordo e darem início a segunda fase do Protocolo de Quioto – pois a primeira termina no final desse ano sem grandes resultados para comemorar. No entanto, há nações que não concordam com a continuidade do Protocolo. E nas negociações da ONU todo mundo tem que concordar. Se não estiver bom para um país, não está para ninguém. E é por isso que as negociações se arrastam por quase duas décadas.
No ano passado, em Durban, durante a COP17, os países sinalizaram a continuidade do Protocolo de Quioto (o que chamamos de segundo período) e ficou agendado que em Doha, na COP18 (agora!), eles iriam colocar os pingos nos “is” e dar inicio a essa nova fase. Mas, o que se vê, é muita pouca vontade, especialmente dos países desenvolvidos (leia-se EUA, Canadá, União Européia, Nova Zelândia e Austrália) para colocar o Protocolo em prática.
Agora, quem assume a missão de convencer os países a entrar nesse barco e evitar que a temperatura do planeta aumente mais que 2 graus até 2050 é o Brasil e a Noruega. Isso mostra a posição de destaque do Brasil dentro das negociações e o desafio da delegação brasileira mostrar que veio para marcar presença e liderar o debate das mudanças climáticas em nível global.