Macunaíma, o mágico e o lógico definindo “um povo sem caráter”

“Macunaíma”, obra-prima escrita por Mário de Andrade, em 1928 é a rapsódia poético-folclórica do homem e da natureza viva do Brasil.
Rapsódia composta de uma colagem de lendas, mitos, tradições, religiões, falares, hábitos, comidas, lugares, fauna, e de nossa flora, onde o mágico e o lógico se misturam, onde não existe fronteira entre o natural e o sobrenatural. A cultura indígena que nos surge através de figuras míticas e suas de lendas, amplifica-se com a cultura afro-brasileira.
Nosso herói nasce negro, embranquece, adquire olhos azuis. Seu irmão nasce negro, avermelha-se, “índiando-se”. O terceiro irmão permanece negro, de mãos avermelhadas.
“O brasileiro não tem caráter porque não possui nem civilização própria nem consciência tradicional”. “Daí nossa gatunagem sem esperteza (a honradez elástica / a elasticidade da nossa honradez), o desapreço à cultura verdadeira, o improviso, a falta de senso étnico nas famílias. E sobretudo uma existência (improvisada) no expediente (…)”(M. Andrade).
E dizemos nós: desta falta de caráter psicológico que, a partir das elites, permeia todos os estratos sociais, advém “nosso jeitinho malandro”.
Afinal, Macunaíma, o herói sem caráter, arrisca um diagnóstico definitivo dos males do Brasil: “POUCA SAÚDE E MUITA SAÚVA”.

Carlos Russo Jr

Convidamos à leitura de nosso ensaio em: proust.com.br/blog
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