Dos quase 180 milhões de latino-americanos com até 14 anos, cerca de 70 milhões vivem na pobreza e quase 30 milhões na pobreza intensa. Esta é a realidade mostrada pelos dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL). Quando se fala em trabalho, a condição de pobreza e miséria é proporcional ao aumento da superexploração.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 168 milhões de crianças vivem esta situação em todo o mundo. Deste total, 120 milhões em tempo integral e quase 70 milhões expostas a atividades consideradas perigosas. A estimativa é de que somente na América Latina 20 milhões de crianças vivam esta realidade.
Segundo dados da CEPAL, com um crescimento econômico de 2,6% em 2013, uma taxa de desemprego de 6,9% e um investimento direto estrangeiro da ordem de 173 bilhões de dólares, a América Latina amarga trágicos efeitos em sua histórica dependência no processo de desenvolvimento desigual e capitalista. Os 20% mais pobres têm acesso a somente de 5% da riqueza produzida no continente, enquanto os 20% mais ricos ficam com 47%.
Ainda sobre a realidade da infância na região, 72,6% das crianças em situação de pobreza e miséria vivem um tipo de privação de direitos, como a falta de acesso à escola e à saúde. De acordo com a economista Roberta Traspadini, esta privação pode gerar uma assistência social com baixo custo público e a maior exploração no mercado de trabalho.