8ª Conferência Fapesp aborda os usos e abusos da memória do Holocausto

Mark Etkind, filho de sobrevivente do Holocausto, em protesto pró-Palestina no centro de Londres, Reino Unido, em 12 de agosto de 2024 [Burak Bir/Agência Anadolu]

A palestrante é Marianne Hirsch, da Universidade Columbia, cuja pesquisa enfoca a transmissão de memórias traumáticas através de gerações

No dia 7 de outubro, o ataque sem precedentes do Hamas contra Israel completa um ano. A resposta israelense, que já custou milhares de vidas da população palestina na faixa de Gaza, divide corações e mentes e muitas vezes remete à memória do Holocausto.

Para falar sobre o simbolismo da data e sobre os usos e abusos da memória do Holocausto, estará presente na sede da FAPESP nesta sexta-feira (27/09) Marianne Hirsch, professora de inglês e literatura comparada da Universidade Columbia (Estados Unidos), ligada ao Instituto de Pesquisa sobre Mulheres, Gênero e Sexualidade, cuja pesquisa combina a teoria feminista com estudos de memória, particularmente a transmissão de memórias intergeracionais.

Hirsch reconsidera seus argumentos sobre os poderosos efeitos do trauma intergeracional, que ela pensou como “pós-memória”, em face do que ela identifica como instrumentalização da memória do Holocausto por políticos e meios de comunicação de massa. A professora se pergunta se esses efeitos explicam o que muitos descreveram como um “regresso” traumático de um passado doloroso e distante que não foi adequadamente superado, seja em nível pessoal, comunitário ou político. Ou em que medida esse ressurgimento e o contágio de afetos turbulentos, como o medo, o terror, a culpa e a raiva, são manufaturados e induzidos em função de interesses políticos pessoais e injunções ideológicas contemporâneas.

Nascida na Romênia em 1949, Hirsch emigrou para os Estados Unidos em 1962. Graduou-se na Brown University, nos Estados Unidos, onde também cursou mestrado e doutorado. É membro da Academia Americana de Artes e Ciências e ex-presidente da Associação de Linguagem Moderna da América. Entre os livros de sua autoria estão The Generation of Postmemory: Writing and Visual Culture After the Holocaust (2012) e o volume coeditado Women Mobilizing Memory (2019). Com Leo Spitzer, foi coautora de dois livros recentes: Ghosts of Home: The Afterlife of Czernowitz in Jewish Memory (2010) e School Photos in Liquid Time: Reframing Difference (2020). Atualmente, trabalha num livro sobre memória reparadora.

Intitulada “Repensando a Pós-Memória depois de 7 de Outubro”, a oitava Conferência FAPESP 2024 será realizada das 10h às 11h30, no Auditório da FAPESP. O endereço é Rua Pio XI, 1.500 – Alto da Lapa, São Paulo, SP.

Os interessados podem se inscrever pelo site da FAPESP. Haverá tradução simultânea do inglês para o português.

Mais informações: https://fapesp.br/16731/.

Agência Fapesp

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