Repensar nossas estratégias para lutar por nosso futuro
O Fórum Social Mundial acontecerá de 26 a 20 de março em Túnis, onde há dois anos uma revolução produziu uma mudança histórica que criou um efeito dominó em toda a região. Agora, Tunis é inspiração para movimentos emergentes do mundo inteiro.
A partir dessa inspiração, vinda de mudanças e do surgimento de movimentos sociais com novas estratégias e táticas, nasceu a ideia do Espaço Climático, que será um espaço fixo dentro do Fórum Social Mundial 2013. O objetivo será discutir durantes as atividades as causas, impactos, lutas, alternativas e estratégias para enfrentar os feitos das mudanças climáticas.
Já perdemos muitas batalhas importantes na luta pela justiça climática, o que nos deixa pouco tempo para evitar que a humanidade e nossa Mãe Terra avancem em direção ao precipício e para um futuro bastante terrível de imaginar. A mudança climática está contribuindo para a morte de 400 mil pessoas por ano. Nos últimos meses, estamos testemunhando a devastação do Sul das Filipinas por causa de um tufão que matou mais de mil pessoas e deixou milhares sem casa; o calor intenso na Austrália que evapora a gasolina e a devastação provocada pelo furacão Sandy no Haiti e em algumas áreas do Canadá e dos Estados Unidos.
A Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CMNUCC), encarregada de realizar um pacto global para deter a marcha para o caos climático, ao contrário disso, permite uma situação de inércia que favorece apenas os interesses econômicos e financeiros de alguns, enquanto estabelece um acordo que poderia queimar o planeta.
A evidência é esmagadora. Os impactos são sentidos em todo o mundo. Muitos estudos demonstraram que se quisermos reverter a nossa marcha para o caos climático, teremos que deixar a maior parte dos combustíveis fósseis debaixo do solo. Contudo, governos e corporações continuam perfurando poços em busca de petróleo e areias betuminosas. Para mudar nosso futuro, devemos agir!
O Espaço Climático pretende reunir ativistas da área de meio ambiente e dos movimentos sociais para discutir questões chaves: O que deu errado nas negociações climáticas? Como podemos alcançar o objetivo de deixar mais de dois terços dos combustíveis fósseis debaixo da terra? Quais são nossas alternativas para a democratização e descentralização energética? Como enfrentar a crise alimentar que se agrava com a crise financeira e climática? Como deter a destruição dos ciclos vitais da água? Como responder à necessidade de emprego e barrar o caminho suicida do crescimento sem limites? Como fortalecer a luta contra as falsas soluções como os organismos geneticamente modificados, a biologia sintética,os agrocombustíveis, a geoengenharia? Quais são as consequências da mercantilização e financiamento da natureza por meio da economia verde, dos mercados de carbono e REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação) O que é necessário para mudar o modelo econômico predominante?
Quais são os perigos do enfoque “segurança alimentar” para a paz, a democracia e os migrantes? Como podemos construir alternativas ao capitalismo a partir de experiências como o “Viver Bem”, dos direitos da natureza, da defesa dos bens comuns, do índice de felicidade, da soberania alimentar, dos “empregos climáticos” e de outras experiências que surgem a partir disso.
Durante muitos anos os povos indígenas, os pequenos agricultores e as comunidades locais têm praticado e desenvolvido formas de vida em harmonia com a natureza. Por exemplo, já foi demonstrado que o nível científico da agroecologia utilizada por indígenas e camponeses, não só tem a virtude de alimentar pessoas com comida saudável, como também contribui para esfriar o planeta. Mas como fazer essas alternativas predominarem acabar com as falsas e daninhas soluções?
Em outras palavras, como podemos ir além de nossas estratégias habituais? Como ter vitórias concretas que mudem o curso dos acontecimentos? Como trabalhamos os movimentos sociais podem trabalhar juntos vinculando nossas lutas sociais com as lutas ambientais, aglutinando os sindicatos, camponeses, mulheres, indígenas, migrantes, comunidades de fé, “indignados”, “Occupy”, “Idle clima No More” e todos os ativistas climáticos.
Convocamos todos que desejam mudar o curso dos acontecimentos a juntar-se e participar ativamente do Espaço Climático no FSM de 26 a 30 de março de 2013, em Tunis.
Organizações facilitadoras
Alliance of Progressive Labor
Philippines Alternatives
International ATTAC France Ecologistas en Accion Environmental
Rights Action
Nigeria Fairwatch
Italy Focus on the Global South Global Forest Coalition Grassroots
Global Justice Alliance Grupo de Reflexão e Apoio ao Processo do Fórum Social Mundial
La Via Campesina Migrants Rights International OilWatch
International Polaris Institute Social Movements for Alternative Asia
Transnational Institute Image from COP 15 by flickr user WWF
FRANCE, used under an Attribution-NonCommercial-ShareAlike 2.0
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