A semana nacional de luta por transporte público de 2013 se encerra com catracas queimadas, validadores destruídos e milhares nas ruas pela tarifa zero em todo o país. Em São Paulo, explodiu a revolta acumulada contra a política da prefeitura de corte de linhas, que multiplica as catracas no caminho da população. O incêndio, que começou com pneus na M’Boi Mirim, alcançou as maiores avenidas do Grajaú e a Estrada do Campo Limpo. As faíscas não tardarão a chegar à zona leste e região noroeste, onde avança a “racionalização” – do rendimento e dos lucros das empresas de ônibus.
Infelizmente essas manifestações acabaram publicadas nas páginas policiais. Não apoiamos o que aconteceu com o coronel da PM, mas também condenamos o atropelamento de manifestantes por um delegado no Grajaú nessa quarta-feira; os espancamentos do Christian em 2006, do Vinícius em 2011 e do Pedro em 2013, dentre vários outros, todos cercados por policiais em atos do MPL; os esculachos de adolescentes e moradores de rua dentro e fora das delegacias nessa sexta feira; os abusos contra mulheres, como aquelas obrigadas a ficar nuas para a revista após a última manifestação; as mais de cem prisões arbitrárias, os ferimentos por balas de borracha e bombas de estilhaço de ontem; o bloqueio do Choque à entrada dos advogados nas DPs; os instrumentos e instrumentistas da Fanfarra do M.A.L. quebrados pela polícia essa semana.
Entramos no maior terminal de ônibus da América Latina para realizar na prática a tarifa zero. Dezenas de pessoas voltaram para casa sem pagar, contestando a exclusão gerada por um transporte tratado como negócio. A revolta que destruiu as catracas nessa sexta-feira foi acesa pela violência cotidiana do transporte coletivo. E continuaremos lutando pela destruição de todas as catracas.
Movimento Passe Livre São Paulo
26 de outubro de 2013