A digitalização do rádio é o tema principal do Seminário Espectro Sociedade e Comunicação (ESC) que começou nesta terça-feira (26) no Rio de Janeiro. De acordo com o Representante Nacional da Amarc Brasil, Pedro Martins, que participou da mesa de abertura do evento, o governo brasileiro vem tratando o assunto de uma perspectiva inversa a necessária já que não propõe mudanças no marco regulatório das comunicações.
De acordo com Pedro, a atual lei do setor é muito restritiva, colocando “as rádios comunitárias e livres num confinamento de estresse”. Por isso, ele defende que o processo de transição do rádio analógico para o digital seja feito junto de uma proposta que garanta a ampliação do direito à comunicação no país, aliando a questão tecnológica ao debate político.
Dois padrões estão sendo testados pelo Ministério das Comunicações junto a um Conselho Consultivo: o europeu DRM e o estadunidense HD rádio. O movimento de rádios livres, assim como a Amarc, defendem a escolha do DRM por se tratar de um sistema de código aberto.
O evento também contou com a participação do professor e pesquisador Luiz Fernando Gomes Soares que apresentou contribuições da academia para os sistemas de rádio e TV digitais. Ele falou sobre a tecnologia brasileira Ginga e suas diversas possibilidades de interatividade em ambos os meios.
Pesquisadores, estudantes e ativistas participam do evento que acontece até dia 28 de novembro na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). O ESC está integrando a semana de mídias livres no Rio de Janeiro com cinco dias de programação intensa, debates e oficinas sobre democratização da comunicação, rádio digital, táticas de anti-vigilância em rede, dentre outros.
Fonte: Agência Pulsar