Entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, Israel desferiu um ataque militar a Gaza, território palestino ocupado por Israel, que matou cerca de 1.500 pessoas – a maioria mulheres e crianças. Como Gaza é superpovoada, com casas e prédios bem juntos uns dos outros, um ataque a uma residência atinge toda a vizinhança. Por isso há tantas mortes. O exército de Israel sabe disso, mas não se importa. Ao contrário, eliminar vários palestinos de uma só vez serve aos propósitos dos sionistas, que, desde que se organizaram como movimento político, no final do século 19, e decidiram tomar a Palestina, já planejavam expulsar a população que vivia ali há muitos séculos. Por isso eles vêm promovendo massacres, desde a primeira metade do século 20. Por isso destruíram e tomaram cidades e vilas palestinas. Por isso até hoje tomam e destroem casas, plantações e rebanhos dos palestinos.
Há uma semana as forças armadas israelenses começaram uma nova ofensiva sobre Gaza. Essa ofensiva ficou mais pesada na quarta-feira, 14 de novembro, quando Israel lançou a operação Coluna de Nuvens, nome do novo ataque militar que Israel decidiu desferir contra a população de Gaza. Em dois dias, mais de 90 ataques aéreos foram feitos por aviões israelenses em toda a região. Há dezenas de mortos, incluindo muitas crianças e um bebê, e um número enorme de feridos. Para piorar a situação, os hospitais de Gaza não têm equipamentos nem remédios suficientes para atender tanta gente. Como Israel controla e escolhe os produtos que, segundo seu julgamento, podem entrar em Gaza, medicamentos importantes, que fazem parte de uma lista internacional, não podem entrar em Gaza. Equipamentos médicos também não são permitidos. Às vezes falta até papel para os médicos escreverem as receitas.
No dia 14 de novembro, além de aviões, navios de guerra também atiraram mísseis em Gaza. Os moradores não têm para onde fugir, porque estão espremidos entre Israel e o mar. Em Gaza não há abrigos antiaéreos para que a população possa se proteger das bombas que os aviões jogam, umas atrás das outras. E jogam de maneira criminosa. Outro dia, atiraram bombas num campo de futebol onde um grupo de meninos jogava. Seus corpos foram levados ao hospital, uns queimados, outros carbonizados. Um deles, Hamid Younes, tinha 13 anos, torcia para o Real Madrid e só jogava bola com a camisa do clube. Era fã do nosso Ronaldo e imitava sua maneira de jogar. Talvez, no futuro, virasse um craque. Mas Israel não deixou. Matou-o em pleno campo, ainda no primeiro tempo. Hamid usava a camisa branca do Real Madrid. Uma camisa que ficou toda manchada de vermelho, do sangue de um garoto que sonhava jogar na seleção palestina de futebol e que Israel assassinou num campinho improvisado em Gaza.
Nesta sexta-feira estaremos reunidos para que outros Hamid possam viver. Para protestar contra mais essa ação criminosa do governo de Israel e exigir que o governo brasileiro rompa os acordos militares com Israel. Para dizer ao governo de Israel, com toda a nossa força, que pare de assassinar o povo palestino. Que pare de roubar a Palestina – suas terras, sua economia, suas fontes de água, seus recursos naturais, sua gente. Para dizer, em alto e bom som, para o governo de Israel: BASTA!
Queremos a Palestina livre.
Frente em Defesa do Povo Palestino-SP
frentepalestina@yahoo.com.br
Acompanhe o Fórum Social Mundial Palestina Livre, que acontecerá em Porto Alegre entre os dias 28 de novembro e 1o de dezembro. Mais informações no sitewsfpalestine.net.