Um cartaz e muitas flores foi o jeito que as alunas da Al-Awda, escola feminina de Khan Younis, no sul de Gaza, encontraram para homenagear Amira Abu Nasser, colega assassinada por Israel. Amira foi morta junto com o pai quando um bomba caiu em sua casa, destruindo-a. Em outras escolas de Gaza foram feitas homenagens semelhantes a jovens e crianças que perderam a vida nos oito dias de pesados bombardeios israelenses.
A Gisha – Centro Legal para a Liberdade de Movimento, de Israel, informou no domingo, 25, que Israel aumentou de três para seis milhas náuticas a faixa admitida para a pesca, além de permitir que agricultores avançassem em suas terras, chegando a quase 100 metros da zona-tampão (área palestina de acesso proibido aos legítimos donos). Até sábado, 24 de novembro, o governo sionista impedia que eles se aproximassem numa distância que variava de 300 metros a 1,5 quilômetros, o que correspondia a 35% do território cultivável da faixa litorânea.
As seis milhas náuticas estão, porém, muito distantes das 20 milhas estabelecidas nos acordos de Oslo. Essa expansão fará crescer o volume anual da pesca em 500-700 toneladas, quantidade muito inferior à necessidade alimentar de Gaza. O presidente da Associação de Pesca de Gaza estima que, se as 20 milhas fossem respeitadas, a tonelagem de peixes seria de quatro mil, contra os atuais 1,7 mil. Antigamente, os pescadores costumavam vender peixes a Israel e à Cisjordânia; hoje eles os compram de Israel e do Egito.
As autoridades israelenses ainda limitam a passagem de bens em Kerem Shalon. Apenas produtos humanitários podem entrar em Gaza: alimentos, ração para animais, medicamentos, equipamento médico e material solicitado por organizações humanitárias. Na quinta-feira, 22 de novembro, apenas 127 caminhões com mercadorias entraram em Gaza, e na sexta-feira 158 estavam previstos. Antes da operação Coluna de Nuvens, cerca de 200 a 300 caminhões de produtos comerciais e humanitários passavam todos os dias por Kerem Shalom.
A exportação está proibida. Antes dos bombardeios, Israel permitia a saída de alguns produtos agrícolas, remetidos ao exterior, a maioria vinda de um projeto subsidiado pelo governo holandês. Agora, está tudo parado. Um carregamento de manjericão foi bloqueado no domingo, 25, e os agricultores que trabalham com morangos ainda aguardam autorização de Israel para exportá-lo à Europa.
O tráfego de pessoas, cuja liberação está prevista no acordo do cessar-fogo, continua limitado na passagem de Erez, que dá acesso a Israel. Em Rafah, na fronteira entre Gaza e o Egito, o tráfego continua permitido, embora com algumas restrições.
Israel já violou o cessar-fogo quatro vezes, matando Anwar Hadi Qudaih, 20 anos, perto da fronteira sul de Gaza, e fazendo dois feridos.