Tomas Henrique de Toledo, secretário-geral do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), afirmou que o modelo que os países do Mercosul têm buscado é de integração solidária, que não envolve apenas questões comerciais, mas dos povos. “Se tivermos um acordo de livre comércio, isso quer dizer que os supermercados brasileiros vão circular produtos feitos em colônias israelenses em áreas ocupadas, e isso não pode ser aceito pelos povos do Mercosul”, disse.
A secretária de Comunicação da Central Única de Trabalhadores do Brasil (CUT), Rosane Bertoti, foi mais longe e pediu que o bloco corte as relações com o país. “Da mesma forma suspendemos o governo do Paraguai do Mercosul por ter violado o direito à democracia em seu país, nada mais justo que não estabeleçamos relações com países que não respeitam a democracia”, afirmou.
Toledo ressaltou que os países do Mercosul podem contribuir economicamente com o povo palestino, já que o apoio político foi claramente dado na aprovação da Palestina como Estado observador da ONU. “Exceto o governo golpista do Paraguai, que se absteve na ONU, todos os países do Mercosul votaram a favor do reconhecimento da Palestina como estado observador. Economicamente, podemos fortalecer a cooperação comercial com os palestinos”, afirmou.
O argentino Rafael Araya, secretário de Relações Internacionais do partido Miles, lembrou ainda que a Cúpula Social decidiu reivindicar o direito dos palestinos de construirem seu próprio Estado em solo palestino, e condenou a nova construção de assentamentos pelo governo de Benjamin Netanyahu nos territórios ocupados. “Queremos que se detenha imediatamente o processo de construção de colônias na Cisjordânia e em Jerusalém oriental, que está destinada a ser a capital de um futuro Estado palestino, e a retirada dos colonos israelenses”, disse.
Por Paula Daibert para Social Mercosul