Porto Alegre receberá entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro o Fórum Social Mundial Palestina Livre. O evento, que é uma edição temática do Fórum Social Mundial, vai contar com debates, palestras e atividades culturais que defendem a criação de um estado palestino e os direitos dos refugiados.
No primeiro dia haverá um show de abertura e uma marcha pelas ruas da capital gaúcha. Nos outros serão realizadas conferências sobre cinco “eixos temáticos”: autodeterminação e o direito ao retorno; direitos humanos e direito internacional; BDS (boicote, desinvestimento e sanções a Israel) e estratégias de luta; por um mundo sem muros e sem racismo; e os movimentos sociais e as formas de resistência. Serão realizadas ainda atividades complementares, como exibição de filmes, lançamentos de livros e uma exposição de fotos.
De acordo com o secretário-geral da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), uma das instituições que organizam o evento, Emir Mourad, a proposta deste fórum é pedir ações efetivas em favor dos direitos dos palestinos. “O fórum vai ter uma repercussão internacional ao ratificar o apoio do Brasil pela criação do estado palestino, o que é uma peça chave para que comecemos a ter uma paz justa para os palestinos. Além disso, chamará atenção para a questão dos direitos humanos”, disse Mourad.
No último dia do evento, será realizada a assembleia dos movimentos sociais, na qual as instituições irão propor medidas a serem adotadas após o fórum. Diretora de comunicação do Instituto da Cultura Árabe (Icarabe), integrante do Movimento Palestina para Todos e Todas e uma das organizadoras do evento, Soraya Misleh afirmou que uma das ações que deverão ser adotadas é o boicote a Israel. “Esse fórum é uma forma de demonstrar solidariedade, fortalecer o direito de retorno dos refugiados e apresentar as campanhas (em defesa dos palestinos) como o BDS”, disse Misleh.
Segundo Mourad, o Fórum Social Mundial Palestina Livre é um dos eventos temáticos intercalados com as edições tradicionais do Fórum Social Mundial. A última destas edições foi realizada pela última vez em Dacar, no Senegal, em fevereiro de 2011.
Naquela ocasião, a delegação da Palestina pediu que a edição temática em favor dos territórios ocupados fosse realizada no Egito ou na Tunísia, mas os governos destes países declinaram da proposta porque não teriam condições de abrigar o fórum durante as manifestações da Primavera Árabe. “Na ocasião, os integrantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) propuseram que o evento fosse realizado no Brasil”, afirma Mourad.
O secretário-geral da Fepal espera as presenças da presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e disse que a participação deles ajuda a mobilizar a comunidade internacional em defesa dos direitos dos palestinos.
A Presidência da República não confirmou nem descartou a presença de Dilma no evento. Já o Instituto Lula afirmou que não tem informações sobre a participação do ex-presidente no fórum.
O embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, informou que a CUT entregou um convite a Abbas e que o presidente da ANP só não vem se tiver que comparecer às Nações Unidas. O país pleiteia seu reconhecimento pela ONU como estado não membro.
Serviço
Fórum Social Mundial Palestina Livre
De 28 de novembro a 1º de dezembro em Porto Alegre (RS)
Informações no site www.wsfpalestine.net/pt-br