O primeiro-ministro da Tunísia, Hamadi Jabali, apresentou nesta terça-feira (19/02) sua renúncia ao presidente do país, Moncef Marzouki, após o fracasso das negociações para criar um governo tecnocrata.
A intenção de Jabali era acabar com a crise política iniciada com a morte do dirigente opositor Chukri Bel Aid, que foi atacado em sua casa após criticar o governo por não reprimir radicais islâmicos.
“Prometi que se não tivesse êxito nesta iniciativa renunciaria a meu cargo e isto é o que acabo de fazer durante minha reunião com o presidente do país”, disse Jabali em um discurso que concluiu sem turno de perguntas.
Durante sua declaração, o primeiro-ministro deixou espaço para uma possível permanência no cargo, desde que algumas condições fossem cumpridas.
“Não aceitarei estar em um próximo governo sem que seja estabelecida uma data fixa para as eleições, assim como uma data para a finalização da Constituição”, ressaltou o político.
Jabali havia apresentado o projeto de coalizão há pouco menos de duas semanas, mas reconheceu na segunda-feira (18/02) que não conseguiu o apoio dos partidos políticos. Antes das negociações, ele já havia dito que colocaria seu cargo à disposição se não conseguisse consenso entre as agremiações.
A proposta foi negada até mesmo por seu próprio partido, o Al Nahda, que considerava necessária a presença de políticos na composição da nova administração. No sábado, o partido islâmico convocou um protesto defendendo um governo político de união nacional.
Bel Aid foi morto no dia 6 de fevereiro ao ser atingido por dois tiros, na cabeça e no peito, disparados a curta distância, ao sair de casa para ir ao trabalho. Os autores teriam fugido em uma moto.
O partido do opositor é o segundo da coligação de esquerda “Frente Popular pelos objetivos da Revolução”, dirigida por Hama Hamami, líder do POCT (Partido dos Operários Comunistas de Tunísia).
Operamundi com agências internacionais