Os preparativos para a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil está utilizando mais recursos públicos que privados. Dados do Tribunal de Contas da União (TCU) de abril de 2013 apontam que apenas 24% dos gastos são de fontes privadas.
Boa parte desses recursos provém de empréstimos feitos com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e a Caixa Econômica Federal. Diante disso, especialistas apontam para o risco desses investimentos gerarem uma alta dívida financeira para o país. Esse valor chega a 27 bilhões de reais sem contar a isenção fiscal da Federação Internacional de Futebol (Fifa), que não conta no cálculo e corresponde a 2 bilhões de reais.
A desconcentração dos recursos entre as regiões também não ocorreu. Segundo os dados da Matriz de Responsabilidade pelas Obras da Copa do Mundo de 2014, documento oficial sobre os gastos com o Mundial da Fifa, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte foram as cidades que mais receberam recursos.
Pesquisadoras como a professora Olga Firkowisk e a economista Sandra Quintela não acreditam que esses investimentos sirvam para trazer mudanças sociais ao país. Ao contrário, apontam para o crescimento de outra dívida: a social. Isso se deve as remoções provocadas pelas obras de mobilidade urbana; os ambulantes que serão impedidos de trabalhar; a possibilidade de aumento da violência e exploração sexual, dentre outros problemas.