Diante da aprovação pelo Parlamento israelense, o Knesset, de projeto de lei relativo ao Plano Praver, demonstrações gigantescas têm sido realizadas em diversas partes da Palestina – inclusive pelos palestinos que vivem onde hoje é Israel, área que denominam território de 1948, ano da nakba (catástrofe), em que o estado sionista foi criado.
Apresentado pelo Governo sionista ao Knesset em janeiro de 2012, o Plano Praver regulamenta o que Israel tem chamado de reassentamento dos beduínos que vivem no deserto do Negev. Na verdade, o deslocamento forçado dos 2/3 desses palestinos que conseguiram permanecer na região após a nakba e contínuas investidas para expulsá-los do local – visando a construção de bases militares ou assentamentos israelenses.
Eles vivem em aldeias que Israel classifica como “ilegais”, em que não chega qualquer infraestrutura. Vinte por cento tiram seu sustento da atividade agrícola, feita em apenas ½ acre de terra – a diferença em relação aos israelenses é gritante; em uma comunidade rural no Negev, esses contam com seis hectares. Agora, com o Plano Praver, sobraria para os beduínos apenas 0,001 acre por pessoa, ou seja, praticamente nada. Em outras palavras, os árabes, que constituem 30% da população da região, ficariam limitados em apenas 1% da terra. O plano visa, em cinco anos, a destruição de 36 aldeias e o deslocamento de 40 mil beduínos. Prevê, como compensação, a cada palestino que concorde com a retirada, 50% de sua terra atual – desde que convença seus familiares a fazerem o mesmo. Ou seja, abra mão de seu direito sobre a terra. Além dessa tática, o Plano Praver abre caminho para a limpeza étnica no Negev mediante pressão, ameaças, violência, prisões. A medida tem sido considerada a maior expulsão de palestinos de que se tem notícia nos últimos anos.
Na Palestina, está prevista greve geral no dia 1 de agosto contra sua execução. Ativistas em todo o mundo devem realizar manifestações contra mais essa etapa da contínua limpeza étnica levada a cabo por Israel. A proposta é que a Frente em Defesa do Povo Palestino-SP se some a essas iniciativas, realizando e articulando com os demais comitês em outros estados e entidades da sociedade civil um dia de protesto em todo o País.