Novos estádios da copa refletem mercantilização do futebol

A remodelação dos estádios que vão receber a Copa do Mundo de 2014 traz um novo paradigma para as tradicionais formas de torcer. A reforma do Maracanã deixou grande parte de seus frequentadores insatisfeitos e os preços dos ingressos apontam para uma tendência a elitização do esporte.

Em Manaus, a chamada Arena Amazonas está consumindo cerca de 605 milhões de reais em recursos públicos para o estádio que terá capacidade de abrigar 42 mil pessoas. A questão é que desde a década de 80, o futebol amazonense deixou de atrair grandes públicos. Diante disso, teme-se que a arena se torne mais um elefante branco.

O sociólogo e professor da Fundação Getúlio Vargas, Bernardo Buarque de Hollanda aponta para o risco do futebol se tornar apenas mais um elemento de consumo com esse novo modelo instaurado. Isso se dá pois os novos estádios são estruturados como shoppings além de privilegiarem a transmissão televisiva.

Mas o processo de mercantilização do futebol nos últimos 30 anos não é visível apenas na arquitetura dos estádios ou na transformação para se encaixar ao espetáculo da Tv. Torcedores e pesquisadores indicam que o esporte, que nasceu para os ricos e foi se popularizando, está virando, outra vez, prazer para ser desfrutado pelas elites.

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