O debate abordará os efeitos que a mídia produz em relação ao padrão estético e ético feminino. A coordenação do debate será feita pela conselheira do CFP, Roseli Goffman, com a presença de Rachel Moreno, do Observatório da Mulher e Articulação Mulher e Mídia, Juliano Carvalho, coordenador do programa de pós-graduação em Televisão Digital: Informação e Conhecimento da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Julciane Anzilago, da direção nacional do Movimento das Mulheres Camponesas do Brasil do Estado de Goiás.
Segundo Roseli Goffman, que coordenará os trabalhos, a mídia brasileira gera cotidianamente uma violência simbólica contra o público feminino, criando uma realidade artificial, usando o entretenimento para eleger alguns modelos de comportamento em detrimento de outros, mais diversos e plurais.
Em contrapartida, esse tipo de abordagem na mídia tem gerado outros efeitos, provocando as mulheres a protestarem contra os padrões estéticos e comportamentais instituídos. “Hoje em dia temos várias manifestações sociais para que esse cenário mude, a exemplo da Marcha das Vadias e da atuação do movimento de mulheres junto ao Ministério Público”, destaca Roseli.
Violência contra a mulher
O Mapa da Violência, publicado em 2012, pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela) e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), aponta que mais de 92 mil mulheres foram assassinadas no país entre os anos de 1980 e 2010. Durante o período, o número de assassinatos de mulheres subiu mais de três vezes, saltando de 1.353 casos para 4.465. A tendência, segundo especialistas, se manteve nos últimos dois anos.
Em 2011, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, registrou 70.270 atendimentos a mulheres vítimas da violência. A maioria delas tinha entre 15 e 29 anos e foi agredida por maridos ou namorados.
Com base nesse contexto, o debate também questionará a responsabilidade ética da mídia com estes números impressionantes.