Para revidar e se defender, os manifestantes queimaram pneus, jogaram pedras e fizeram barricadas. Pelo menos quatro mil manifestantes voltaram às ruas da capital da Tunísia, em Sidi Bouzid, epicentro das revoltas que deram origem às revoltas chamadas pela imprensa internacional hegemônica de Primavera Árabe.
Nesta quarta, Diante do Ministério do Interior muitos pediam a destituição do governo. “Vergonha, vergonha, Shkori morreu!”, “Onde está o governo?” e “O governo deve cair!”. Omar bin Ali, um membro dos sindicatos de comércio da Tunísia, estava presente na manifestação e disse que “os islamistas foram os responsáveis pela morte de Belaid”, mas não há indícios de envolvimento de qualquer dos grupos.
Os protestos contra o assassinato de Belaid devem continuar e há expectativa de que ganharão força na sexta-feira (8), dia do enterro de uma das principais lideranças da oposição.
Em sinal de protesto após o assassinato de Belaid, quatro formações opositoras laicas – a Frente Popular, a Al-Massar (esquerda), o Partido Republicano e a Nidaa Tounes (centro)- convocaram uma greve geral e suspenderam a sua participação na Assembleia Nacional Constituinte. A paralisação deve ocorrer na sexta-feira, dia do funeral.
Os sindicatos de advogados, magistrados e do Ministério Público anunciaram greve já a partir de quinta, assim como os professores da maior universidade do país, em Manouba, subúrbio de Túnis.
O primeiro-ministro Hamadi Jebali condenou o ataque a tiros contra Shokri Belaid diante de sua casa, em Túnis, qualificando-o como assassinato político e um golpe contra a revolução da “Primavera Árabe”. Jebali disse que o assassino ainda não foi identificado.O partido islamista líder da coalizão que governa a Turquia negou qualquer envolvimento com o crime.
A tensão vem crescendo entre islamistas e secularistas como Belaid, que era um adversário ferrenho do governo liderado por islamistas moderados, eleito em outubro de 2011.
O país passou a ter novos governantes depois da revolta que levou à derrubada do líder Zine al-Abidine Ben Ali, em janeiro de 2011.
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Os manifestantes ocuparam as ruas de Sidi Bouzid, onde o pós-graduado Mohamed Bouazizi ateou fogo ao corpo em desespero depois que a polícia confiscou seu carrinho de frutas, que operava sem licença. A morte de Bouazizi desencadeou protestos que derrubaram o presidente.
A Tunísia foi o primeiro país árabe a derrubar seu líder e realizar eleições livres quando as rebeliões se espalhavam por toda a região, há dois anos.
Desde a revolução, o governo tem enfrentado uma série de protestos contra a crise econômica e o caminho a ser trilhado pela Tunísia, já que muitos tunisianos se queixam de que os salafistas (islamistas radicais) se apoderaram da revolução e impõem os seus princípios em um país dominado anteriormente por uma elite secular.
Com agências
Confira as imagens divulgadas por Le Journal du Siècle: