Manifestantes em SP pressionam por CPI dos transportes

Em dia de protestos convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL) e pelos metroviários, cerca de três mil manifestantes marcharam pelo centro de Sâo Paulo nesta quarta-feira (14), exigindo punição para as empresas denunciadas por formação de cartel em licitações do metrô, e aprovação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar o caso.

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O protesto que começou às 15 horas no Vale do Anhangabaú, foi seguido de marcha, queima de catracas cenográficas, com ato final às 18h30, na praça da Sé. Em frente à catedral, a mensagem dos manifestantes foi transmitida boca a boca, em forma de jogral: “Pessoal, estamos neste ano para dar um aviso para o poder público: que somos usuários, que somos trabalhadores, do transporte coletivo, não vamos aceitar que o dinheiro que devia ser usado no nosso transporte vá para o bolso dos empresários e patrões. Para eles o que importa é lucrar com nosso sufoco. Por isso, enquanto o transporte for controlado por políticos e empresários, ele será um transporte privado. Só que usa o transporte, só quem trabalha no transporte, todo dia, é que conhece seus problemas. E é na luta que vamos conquistar um outro transporte. Seguiremos nos organizando nos nossos bairros e comunidades, porque agora, porque agora quem manda é nós”

Para Monique Felix, ativista do MPL, a pauta do transporte continua mobilizando e “esse caso específico de corrupção evidencia uma lógica maior de transporte privatizado, visando o lucro e não as pessoas. Acho importante os trabalhadores e usuários do sistema estarem unidos para mudar a realidade do transporte”, declarou ao Portal Vermelho, afirmando que “esse caso de corrupção é só mais um caso dentro da lógica privatista do transporte”

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Após o ato, grupos de manifestantes se dirigiram à Câmara Municipal e à Assembléia Legistativa do Estado de São Paulo, cercando os prédios. Após a dispersão da Câmara Municipal, alguns manifestantes foram presos, acusados pela polícia de depredação de patrimônio, Na Assembleia, os participantes do protesto encontraram o acesso bloqueado pela Tropa de Choque da Polícia Militar, posicionada desde a tarde, mas quase 300 conseguiram entrar no prédio, enfrentando os policiais com apoio de parlamentares favoráveis à criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar irregularidades nos contratos do transporte público no estado.

Os que conseguiram entrar no prédio, ocuparam o plenário tentando pressionar os deputados para assinar o requerimento de abertura da comissão. Segundo a bancada do PT, o pedido já contava ontem à noite com 28 das 32 assinaturas necessárias.

Fotos:Deborah Moreira

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