Gasômetro tem quatro lançamentos de livros

Saiba quais e conheça um pouco sobre seus conteúdos abaixo.

“Noite Grande”, de Permínio Asfora, é um romance sobre as tragédias enlaçadas de dois povos: do palestino, confrontado com o saque de sua pátria milenar; e do nordestino do alvorecer do Século XX, compelido a sobreviver ao latifúndio escravocrata da região dos carnaubais do Piauí.

Esta obra, marcada pela riqueza de enredo e personagens, inaugura o ingresso na literatura brasileira de um palestino como personagem central.

O autor, Permínio Asfora, foi elogiado por intelectuais como Mário de Andrade e Ledo Ivo. O romance “Noite Grande” começou a ser transposto para o papel por volta de 1944 e ganhou a primeira edição no ano seguinte. Abarca a dolorosa convivência dos momentos mais dramáticos da existência do pai palestino – aqueles que precederam a longa noite, a noite grande que cairia sobre sua terra e de seus ancestrais.

A terra nos é estreita e outros poemas

O livro “A terra nos é estreita e outros poemas”, de Mahmud Darwich, apresenta a análise e a tradução (feitas pelo Prof. Dr. Paulo Daniel Farah) do principal poeta palestino, Darwich, com o objetivo de permitir que interessados em geral e pesquisadores no Brasil e em outros países possam ler os poemas árabes em português traduzidos diretamente do original.

Haverá um recital poético no lançamento deste livro, que demonstra que a Palestina se faz presente na literatura. Darwich descreveu a Palestina como a “terra das palavras”:

“Aquele que escreve sua história
Herda a terra das palavras
E se apossa do sentido
Completamente!”

A necessidade de recitar a história é ameaçada por um apagamento contínuo e uma tentativa de impedir esses relatos e sua integridade. A literatura palestina se mostra aí uma escritura de resistência no sentido da sobrevivência, da continuidade da vida. Se há uma ruptura na continuidade do sentido de lugar, a escritura pode instaurar uma continuidade que é a da busca, da descoberta, do lugar e do si mesmo no lugar.

Homens ao sol

O romance “Homens ao Sol”, de Ghassan Kanafani, constitui um marco da literatura árabe e palestina – descrito como a mais importante criação literária palestina por diversos críticos literários, que o consideram a principal obra escrita por um autor palestino e também a que retrata os palestinos de forma literariamente mais elaborada.

Este livro, adaptado também para o cinema, apresenta a análise e a tradução (feitas pelo Prof. Dr. Paulo Daniel Farah) de Kanafani, principal autor de prosa palestino, em língua portuguesa, traduzido diretamente do árabe.

O tema da terra anuncia-se desde o início da obra: “Abu-Qays repousou o peito sobre o solo úmido pelo orvalho. A terra começou a palpitar debaixo dele: os batimentos de um coração ofegante pulsavam em cada grão de areia e depois atravessavam até suas células… voltou e lançou o peito sobre o solo úmido, que passou a pulsar debaixo dele novamente enquanto o cheiro da terra fluía até suas narinas e se derramava em suas veias como um tufão.”.

Homens ao Sol narra a saga de palestinos que buscam trabalho nos locais mais distantes para ajudar a família em meio a dificuldades extremas.

“E se Gaza cair…” (nas palavras do próprio organizador da obra, Lejeune Mirhan, sociólogo e arabista)

No período que compreendeu os 22 dias de maciços ataques perpetrados pelas Forças de Defesa de Israel, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009, aos palestinos moradores da pequena Faixa de Gaza – caracterizando um dos maiores massacres cometidos contra um povo indefeso –, recebi centenas de artigos vindos de várias partes do mundo.

Desde os primeiros dias de bombardeios, fui amadurecendo a ideia de publicar um livro com uma seleção desses artigos.

Particularmente agora, quando Israel, mais uma vez, atenta contra as liberdades, contra a democracia, contra as normas do direito internacional, mais do que nunca decidi apresentar aos leitores brasileiros uma coletânea de artigos de jornalistas, escritores, sociólogos, cientistas políticos, historiadores e intelectuais de várias origens, em especial brasileiros, árabes e judeus de várias partes do mundo.

São artigos datados, da época do conflito de 2008-2009.

Cartilha online

Na quinta, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) lançou a cartilha “A causa Palestina”. Com 36 páginas. De autoria de Hasan Zarif e Rui Kureda, a obra combate o “apartheid de Israel” e traz informações que se contrapõem às divulgadas pela grande mídia hegemônica, que geralmente distorcem os fatos e alimentam a opressão, a segregação e a violência. A cartilha pode ser acessada online aqui.

Fonte: Blog sanaud-voltaremos

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