“Fórum não é um ato contra Israel”, diz organização

“É uma leitura equivocada das teses do Fórum. Criticamos a violência e o fato do governo de Israel ser quem infringe os direitos humanos no momento”, disse Mauri Cruz, um dos coordenadores do Fórum.

Na semana passada, em nota assinada pelo cônsul israelense em São Paulo, Ilan Sztulman, o Consul-Geral de Israel criticou a realização do fórum afirmando que o mesmo estaria incentivando um boicote ao Estado hebreu e importar o modelo de extremismo existente no Oriente Médio.

Para o organizador, também houve incompreensão da comunidade judaica porque participam do evento segmentos palestinos com críticas agudas à forma como o governo israelense enfrenta o conflito.

“É importante que o cônsul entenda que mais da metade da violência é uma reação à violência provocada por um Estado. Este é o debate a ser feito”, acrescentou.

Mesmo garantindo que a paz é uma das principais preocupações em pauta na agenda, Cruz informou que a Federação Israelita do Brasil não foi convidada para os debates. “Mas existem muitas organizações de judeus que participarão das palestras. A causa da paz não é só palestina, também faz parte do povo judeu”, disse.

Algumas das entidades do FSM Palestina Livre defendem que o Brasil rompa os contratos comerciais com Israel depois de se tornar um dos maiores importadores da indústria armamentista do país hebreu. Atualmente, o Itamaraty se posiciona de forma neutra na busca por um fim pacífico do conflito – considerando legítimos os Estados de Israel e da Palestina.

“A ideia é usar o bloqueio na luta para pressionar o governo de Israel a mudar a estratégia de dominação na Faixa de Gaza, que é de violência”, explicou.

O organizador sustenta que é preciso se colocar contra a indústria da guerra. “O FSM é contra a indústria bélica mundial, seja ela onde for. Desse ponto de vista, criticar o consumo de armas de Israel por parte do governo brasileiro está dentro do espírito”, sustentou.

O Fórum tem como objetivo pressionar pelo fim da ocupação militar israelense, o fim da colonização de terras árabes, a derrubada do muro de segregação e garantias de direitos humanos aos palestinos. O evento é organizado pelas principais forças políticas da sociedade civil palestina, além de uma coalizão formada por movimentos sociais, nacionais e internacionais.

Cerca de 3 mil pessoas estão inscritas, representando 36 países de cinco continentes. Os participantes são oriundos da Palestina, Brasil, África do Sul, Alemanha, Argentina, Bélgica, Canadá, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Escócia, Espanha, EUA, Filipinas, França, Gana, Guiné, Índia, Inglaterra, Irã, Israel, Itália, Japão, Jordânia, Líbano, Noruega, Paquistão, Paraguai, República Democrática do Congo, Senegal, Suazilândia, Togo, Tunísia, Uruguai e Venezuela.

Com agências

(foto: Flickr Cintia Barenho)

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