Entre a vida e a morte, essa adolescente foi encaminhada ao Reino Unido, onde ficou internada até janeiro deste ano e teve de passar por cirurgias para a reconstrução craniana. E após sair do hospital, sofreu uma reviravolta em sua vida. Ela passou a morar com sua família por lá, estabelecendo uma relação mais próxima com uma nova cultura, e a frequentar um colégio na Inglaterra, pois ainda sofre ameaças de extremistas.
A sua mobilização ganhou reconhecimento em todo mundo e não é de agora. Teve início por volta dos seus 11 anos, quando começou a sentir de perto a pressão sobre a sua liberdade de estudar como de demais meninas de sua idade. Ao se observar sua biografia, talvez a influência tenha vindo de seu próprio pai, que é um militante pela democratização da educação e proprietário de escola, mas a menina estabeleceu uma marca própria para se expressar. Ela criou à época o blog Diário de uma estudante paquistanesa, primeiramente com pseudônimo, que foi descoberto pela mídia Ocidental e projetou seus apelos.
Hoje depois da experiência marcante em sua vida, ela já escreveu uma autobiografia Eu sou Malala, com auxílio da jornalista britânica Cristina Lamp, além de criar o Fundo Malala para a causa. Com desenvoltura, a jovem que quer futuramente ser política se pronunciou recentemente a diplomatas da Organização das Nações Unidas (ONU) e já esteve com Barack Obama e sua família. Apesar de obter apoio institucional de várias partes do mundo, o seu posicionamento também gera protestos de uma ala do regime paquistanês. O seu exemplo, no entanto, é atualmente um dos mais importantes com relação à liberdade de expressão no mundo e faz refletir sobre as necessidades de mais de 800 milhões de analfabetos no planeta (mulheres e homens).
*Blog Cidadãos do Mundo – jornalista Sucena Shkrada Resk