Residência cultural leva participantes da Cúpula dos Povos à periferia carioca.

Iniciado em 13 de junho, na Casa da Rua do Amor, um intercâmbio entre artistas dedicados ao teatro comunitário integrou Santa Cruz ao roteiro da Cúpula dos Povos. A visita foi articulada por Reinaldo Santana, integrante da Rede Latinoamericana de Teatro em Comunidade. Idealizador deste encontro de teatro comunitário durante a Cúpula, Reinaldo diz que a imersão dos participantes estrangeiros em sedes de grupos de teatros comunitários cariocas é uma estratégia para o alcance do objetivo desta Rede Latinoamericana que aglutina projetos que pretendem “construir uma pesquisa com teatro comunitário; a fim de promover a reflexão, troca e construção de um pensamento baseado na vivência em conjunto (Grupo-Comunidades)”.
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Intitulada “Ser Hermano”, a residência cultural foi a primeira atividade de um grupo formado por quatro atores argentinos e uma encenadora italiana que darão continuidade a estadia brasileira com atividades no Dona Marta e em Manguinhos. Em sua primeira vinda ao Brasil, a diretora e autora italiana Manuela Tamietti se deparou com uma realidade muito diferente daquela vista nos cartões postais da Cidade Maravilhosa. Nas ruas em torno da Casa Rua do Amor, ela realizou registros fotográficos desta região ocultada no retrato da Cidade. Em sintonia com a troca solidária, falou da concepção de seus espetáculos implicados com a educação ambiental, nos quais utiliza a reciclagem para a produção de figurinos e cenários que podem ser vistos em http://www.manuelatamietti.it/index.php. Para efetivar a troca, a encenadora propôs enviar materiais recicláveis recolhidos na Itália para serem utilizados em oficinas de criação e cenários de espetáculos do grupo de teatro comunitário da Casa da Rua do Amor.
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Estudantes de teatro do Instituto Superior de Arte e Comunicação ISAC de Catamarca Juan Pablo Navarro, os argentinos Paula Quillotay, Daniel Romero e Mario Castro Canelo permaneceram na Casa da Rua do Amor por três dias, nos quais participaram de uma imersão teatral conduzida por Luiz Vaz, passando a conhecer alguma teoria e prática sobre o Teatro do Oprimido desenvolvido no Brasil por Augusto Boal e desconhecido pelos estudantes. Em contrapartida, os visitantes realizaram algumas dinâmicas utilizadas em seu curso universitário e nos espetáculos em que atuaram. A agenda dos argentinos incluiu também uma caminhada pelas ruas do bairro Saquaçu, (re)conhecendo a extrema periferia carioca e experimentando a alma encantadora dessas ruas marcadas por precariedade na urbanização e por inusitados tipos de comércio e pessoas típicos de um subúrbio carioca que não é reproduzido na novela global tipo exportação, mas pode ser visto ao vivo em Urucânia, sub bairro de Santa Cruz.
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A convivência curta contou com rodas de capoeira, danças afro-brasileiras e permitiu rodas de conversa que ativaram a circulação de conhecimento sobre Brasil e Argentina, antecipando o encontro de povos que integram a Cúpula e desejam fortalecer diálogos que ajudem os cidadão de diferentes partes do mundo a gerar estratégias para estabelecer a sustentabilidade.

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