Também foi convocada uma vigília em frente ao consulado do Paraguai no Rio, na Praia de Botafogo.
Representantes de sindicatos brasileiros estão se mobilizando para viajar amanhã (23) ao país, para tentar garantir a permanência de Lugo no poder. A secretária nacional de Mulheres Trabalhadoras da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rosane Silva, classificou de retrocesso e golpismo o processo político no país vizinho. “Nós estamos percebendo que é um golpe o que está acontecendo no Paraguai, porque não está sendo respeitada a vontade do povo. Através deste golpe, estão tentando tirar o poder dado ao presidente Lugo. O movimento sindical vai mandar um grupo de lideranças para fortalecer a luta dos trabalhadores paraguaios neste momento”, disse Rosane.
Para a ativista social Sandra Quintela, da Rede Jubileu Sul, que trabalha as questões do reconhecimento da dívida gerada pela Usina de Itaipu, não resta dúvida de que se trata de golpe. “Mais uma tentativa de golpe, como vem acontecendo nos últimos anos na América Latina. É muito preocupante para a democracia no continente, porque é mais um golpe institucionalizado. Já não é preciso mais tropas militares. É um golpe civil para impor interesses dos grupos econômicos que nunca aceitaram a vitória do presidente Lugo”, disse Sandra.
Na opinião de Carlos Henrique Painel, um dos coordenadores da Cúpula dos Povos e membro do Fórum Brasileiro de ONGs, o processo político paraguaio é, no mínimo suspeito, pela pressa na tomada de decisões. “Apesar de estar respeitando os trâmites burocráticos dentro do Congresso paraguaio, o processo é suspeito pelo açodamento, como nunca antes aconteceu. Por isso, a nossa suspeita de que isso é uma tentativa de um golpe branco. Fizemos a moção de apoio para que se possa garantir a democracia, que está crescendo na América Latina, se consolide em todos os países vizinhos”, explicou.