Tunísia: o FSM caminha pelo Norte da África

Foto: Nicolas Haeringer

Entre os dias 1 e 5 de Abril, um grupo de organizações do Conselho
Internacional do FSM cumpriu uma jornada de visitas às cidades de
Tunis, Kasserine e Sid Bouzid, na Tunisia, e ao acampamento de
refugiados Choucha, em Ras Jédir, na fronteira com a Líbia, para
expressar a solidariedade e apoio ao processo de transformação
iniciado pelo povo tunesino, com a derrubada do ditador Zine El
Abidine Ben Ali, e seguido de revoltas ao Norte da África, a exemplo
do Egito, onde o povo foi às ruas e afastou o ditador Hosni Mubarak
do comando do país.

As cidades visitadas tiveram papel decisivo nos levantes,
especialmente com a mobilização da juventude em luta por dignidade e
trabalho, e resistiram incessantemente aos processos brutais de
repressão que deixaram um grande saldo de mortos e feridos. São também
lugares que seguem pressionando por mudanças efetivas, a exemplo das
famílias das vítimas, que prometem não descansar enquanto não
conseguirem justiça para os seus “mártires”, como são reconhecidos os
mortos da revolução, ou dos trabalhadores graduados que fazem greve de
fome em praça pública, para denunciar a realidade de um país que lhes
nega oportunidades de trabalho e sustento. Tudo na Tunisia está por
recomeçar e o povo tunesino luta com extrema dificuldade para tentar
concretizar um processo revolucionário que resulte na construção de um
país mais justo, democrático e igualitário.

Já o acampamento dos refugiados é expressão dos efeitos dramáticos dos
confrontos militares na Líbia, que provocaram fugas em massa,
especialmente de jovens e famílias originárias de outros países
atualmente em conflito, que já haviam se refugiado em território
líbio. Embora vítimas de ataques armados nos quais a Europa se empenha
diretamente, são pessoas rejeitadas por países como França e Itália, e
também não podem voltar para casa. A Tunísia os acolhe na tendas
provisórias enquanto falha a solidariedade internacional. Corpos que
chegam aos litorais, ora da Itália, ora da Tunísia, ou desaparecem no
mar, resultam das tentativas de imigração clandestina, em barcos que
mal resistem às tempestades do Mediterrâneo e dão visibilidade às
políticas xenofóbicas da União Europeia.

A demonstração de solidariedade ao povo tunisiano foi decidida durante
o último encontro do Conselho Internacional do FSM, em Dacar, e
convocada pelos Fóruns Sociais Africano e Tunisiano, com apoio da UGTT
– União Geral dos Trabalhadores Tunesinos. Além de organizações da
Tunísia, participaram representantes de entidades do Senegal, Costa do
Marfim, Marrocos, França, Grécia, Italia, Finlandia, Gran-Bretanha,
Espanha, Bélgica e Brasil

As organizações participantes se comprometeram com relatos
compartilhados da viagem, que começam a ser publicados nos sites:

  • http://www.ciranda.net/mot/tunisia
  • http://www.panos-ao.org
  • http://www.uisp.it
  • http://frantzfanonfoundation-fondationfrantzfanon.com/
  • http://www.globalproject.info
  • http://www.arci.it
  • http://giuseppecaruso.wordpress.com/
  • http://www.socialforum.gr
  • http://www.forumalternatives.org
  • http://www.mouvements.info
  • http://www.blog-a-vifs.org/
  • http://www.ldcwatch.org/
  • http://www.jubileesouth.org
  • http://africansocialforum.org
  • http://www.ciemen.cat
  • http://www.redpepper.org.uk
  • http://www.tribunemagazine.co.uk
  • http://www.cut.org.br
  • http://www.youtube.com/wsf2011
  • http://www.revistaforum.com.br
  • http://www.cadtm.org/Que-la-revolution-commence
  • http://www.cetri.be/spip.php?article2174&lang=fr
  • http://wsftv.net
  • http://www.worldsocialforum.info

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