A Frente em Defesa do Povo Palestino, que reúne dezenas de organizações da sociedade civil brasileira, repudia as arbitrariedades cometidas pelo Estado de Israel e se soma às mobilizações pela libertação imediata de todos os presos políticos palestinos. Solidariza-se, assim, com os 2 mil prisioneiros em greve de fome desde abril último – de um total de cerca de 5 mil, incluindo nove mulheres, 350 crianças e 22 parlamentares. Suas reivindicações são o fim das prisões administrativas, isolamentos e outras medidas punitivas, incluindo a negação de visitas, até mesmo de advogados, e do acesso à educação por parte de Israel. Em todos os cárceres israelenses, a violação às convenções de Genebra, sobretudo quanto ao tratamento digno às pessoas nessas condições, é comum. Além do confinamento prolongado e outras medidas punitivas, a prática da tortura é praxe consentida, com abusos de toda ordem. Humilhação cotidiana, inclusive nas inspeções, e maus tratos também são regra.
Essa é a segunda grande greve de fome em pouco mais de seis meses. Outros presos políticos palestinos também vinham se recusando a se alimentar nesse ínterim, pleiteando liberdade, bem como o o respeito aos direitos humanos fundamentais e o fim das precárias condições a que são submetidos nos cárceres israelenses, para os quais a maioria é transportada sem qualquer julgamento formal.
Segundo estimativas, cerca de 800 mil palestinos já passaram por essas prisões. Como mostram os números, a repressão e as consequentes detenções ilegais têm sido instrumentos amplamente utilizados na tentativa de quebrar a resistência e calar a crítica, desde a criação unilateral de Israel, em 15 de maio de 1948 (data da nakba, como é chamada a catástrofe palestina, com a expulsão de cerca de 800 mil desses habitantes de suas terras e destruídas cerca de 500 aldeias).
A solidariedade internacional é fundamental para denunciar e mudar esse estado de coisas. Assim, por justiça, as organizações abaixo signatárias reivindicam a libertação imediata de todos os presos políticos palestinos. E exigem:
– que o governo brasileiro posicione-se contra as violações de direitos humanos fundamentais por parte de Israel, rompa relações diplomáticas e comerciais com esse estado face às suas políticas racistas e interceda para que sejam soltas emergencialmente todas as crianças, mulheres, idosos, doentes e sob prisão administrativa;
– que o Legislativo Federal organize visitas aos cárceres israelenses para verificar as condições, denuncie a violação de direitos humanos aos órgãos internacionais e exija a libertação dos parlamentares palestinos.
LIBERDADE IMEDIATA ÀS PRESAS E PRESOS POLÍTICOS PALESTINOS!