A Jornada organizada pela Federação de Mulheres Campesinas, Indígenas, Nativas e Assalariadas do Peru – FEMUCARINAP – está recebendo representantes de diversos movimentos andinos na capital Lima, assim como nas macrorregiões Sul, Centro e Norte, onde simultaneamente acontecem encontros temáticos e celebrações.
Mulheres esterilizadas contra sua vontade, pobreza extrema, um número excessivo de empresas estrangeiras exploradoras de minérios, condições precárias de moradia e trabalho, são apenas alguns dos problemas que o Peru enfrenta há muitos anos, principalmente nas suas zonas rurais.
Mas o país vive um momento de mudança e esperança, após a eleição presidencial realizada no mês de junho, que resultou na entrada do presidente Ollanta Humala, descartando a possibilidade de que o país fosse governado por Keiko Fujimori, filha do ex-presidente encarcerado, Alberto Fujimori.
Essa definição trouxe muito otimismo e esperança também para a Federação de Mulheres Campesinas, Indígenas, Nativas e Assalariadas do Peru, reforçado essa semana com a vitória no Congresso Nacional, que adiou para mais 15 anos a permissão de entrada dos organismos transgênicos no país.
A decisão pretende garantir que o país somente receba, produza ou utilize organismos vivos modificados, quando o próprio Peru tenha a capacidade científica de avaliar as consequências da liberação de tais organismos.
A moratória aprovada por unanimidade pela Comissão de Povos Andinos, Amazônicos e Afro-peruanos, Ambiente e Ecologia, também foi defendida por diversos ministros e apoiada pela Primeira Dama Nadine Heredia, durante as celebrações da última sexta-feira, Dia Internacional da Mulher Rural, na capital do país.
Além da Marcha onde esteve presente Nadine, diversas outras atividades estão sendo desenvolvidas, com o intuito de refletir e intercambiar experiências sobre a situação da mulher peruana de cada região, integrando mulheres do campo e da cidade com um só objetivo de “espalhar a semente da solidariedade, da esperança e da paz”.