Foto: Javier Martin
A partir de um chamado feito pelas redes sociais, a juventude palestina que vive em campos de refugiados nos países árabes promete se dirigir às fronteiras com os territórios ocupados por Israel e reivindicar o direito de retorno, reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas).
A manifestação está sendo convocada para o próximo 15 de maio – dia da nakba (catástrofe) para os palestinos. Na data, há 63 anos, foi criado unilateralmente o Estado de Israel, mediante limpeza étnica praticada contra a população nativa, como reconhece a nova historiografia israelense. Como consequência, foram expulsos cerca de 800 mil palestinos de suas casas e destruídas em torno de 400 aldeias.
Atualmente, segundo a UNRWA (agência da ONU criada formalmente para prestar assistência a esses refugiados), há aproximadamente 4,7 milhões de refugiados espalhados por campos na Síria, Jordânia, Líbano e nos territórios ilegalmente ocupados de Gaza e Cisjordânia.
O movimento – a exemplo de outros que culminaram nas revoluções em curso no mundo árabe – tem sido chamado de terceira intifada palestina (o termo designa as revoltas populares contra a ocupação). Recentemente, levantes do gênero ocorreram em 1987 e 2000.
Uma página que chamava o povo palestino a tomar as ruas nesse dia e nomeada “Terceira Intifada Palestina”, foi tirada do ar pelo Facebook, atendendo reclamação do governo de Israel. Em poucos dias, a página havia atraido mais de 340 mil seguidores.
A Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada está acompanhando as manifestações nas fronteiras, somando-se ao esforço coletivo de cobertura e enviará notícias sobre seu progresso.
Refugiados palestinos exigem direito de retorno
A estratégia do capitalismo transnacional atual é a guerra permanente. A guerra lhe proporciona excelentes negócios.
O caso dos palestinos não é local, não é individual, não está separado da globalização em geral.
Israel não passa de uma sentinela avançada e uma força-tarefa dentro do domínio total do planeta pelas transnacionais.
Sem essa compreensão, e uma intensa politização da ação de resistência, isso não terá fim. O governo mundial pretende reduzir a humanidade a 1/3 do que é hoje. Tudo é válido para isso: genocídio, reprodução artificial, desmonte da família, corrupção da infância, fome, destruição do meio ambiente, epidemias fabricadas. Sugiro que abram o endereço do Al-Jazeera e o reproduzam tantas vezes quantas forem necessárias.
http://english.aljazeera.net/indepth/opinion/2011/04/201142612714539672.html – Tania Jamardo Faillace – jornalista de Porto Alegre,RS,Brasil