O Sul da Ásia deveria ser de todos os seus povos

O respeitado analista político indiano Kuldip Nayar discursou para uma platéia atenta e entusiasmada na abertura do Fórum Social do Sul da Ásia, em Dacca, Bangladesh, nexta sexta-feira (18). Ele disse que o povo da região deveria ter o direito de visitar todos os países com um único visto.

“Eu desejo acesso livre para o povo sul-asiático viajar de Peshawar ao Cox’s Bazaar, do Himalaya ao Yangon, e do Yangon ao Afeganistão”, ele diisse. Mas essa possibilidade é barrada pela existëncia de leis ultrapassadas que impedem o povo de cruzar livremente as fronteiras internas da região.

Bangladesh, até muito pouco tempo atrás, já foi a parte oriental do Paquistão, mesmo que separado deste por
1.600 km e por territórios pertencentes à Índia.

De 1947 a 1971, o Paquistão Oriental foi dominado políticamente e explorado economicamente pelo lado ocidental, além de sofrer imposições culturais e linguísticas, o que levou a uma guerra civil de libertação apoiada pela Índia e à constituição do Estado de Bangladesh.

Hoje, Kuldip Nayar acredita em uma união dos povos para concretizar o sonho de de promover um Outro Sul Asiático Possível. Isso incluiria transcender as fronterias geográficas e também de religião, que separam muçulmanos e hindus, por exemplo, para fazer o povo orgulhar-se de sua identidade comum de sul-asiático.

Também no modo de governaça e uso dos recursos, ele defendeu práticas colaborativas. Nayar disse que a Índia deveria compartilhar sua tecnologia e seu mercado com outros continentes para desenvolver a região.

Ele ainda propos que o Sul da Ásia tenha um tipo de parlamento comum, que seria formado por seus países e que atuaria ao lado do parlamento de cada país. ” Eu acredito no Gandhismo”, disse ainda, acreditando ser este um caminho para tornar possível um Sul da Ásia livre da fome, da pobreza e da exploração.

Representantes dos vários países da região, como Paquistão, Índia e Nepal, e de pessoas vindas da Europa, África e América Latina, estiveram na seçao inicial do Fórum, após uma marcha com participação popular percorrendo o caminho do Museu Nacional de Dacca até a Universidade que abrigará em seu campus, até o dia 22, toda a programação do SASF.

Os participantes começam hoje(19) a debater democracia participativa, direitos humanos, fundamentalismo, conflito e paz, soberania alimentar, justiça e desenvolvimento, midia e cultural hegemönica, além das questões fronteiriças mencionadas por Kuldip Nayar

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