O ato que começou no Largo do Machado e caminhou até a Marina da Glória, onde acontecia o sorteio, unificou as mobilizações dos trabalhadores da educação, que estão em greve desde o dia 7 de Junho, e as do Comitê Popular para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O ponto central que se discute é que há muito dinheiro sendo destinado para reorganização urbana, embelezamento da cidade, forte segurança para o cinturão de bairros nobres da cidade. Enquanto isso, diminuem os recursos para o desenvolvimento social da cidade: como educação, saúde e saneamento básico.
Para Marcos Alvito, da Associação Nacional de Torcedores, todas as obras que estão realizadas por conta da Copa só servirão para um pequena elite, enquanto a maioria da população sofrerá consequências graves com este processo. Entre os problemas relacionados está a remoção massiva de comunidades das áreas do entorno do corredor para a Zona Sul, que está impactando a vida de milhares de famílias. Para Marcos, está se investindo muito dinheiro público em que os resultados não poderão ser apropriados pela população. “Constroem-se grandes estádios monumentais com dinheiro do povo aos quais a grande massa não terá acesso depois de prontos. Elitiza-se o futebol apropriando-se do dinheiro público. Isso é um atentando a cultura tradicional do Brasil, que tem uma ligação muito forte com o futebol”. Indigna-se Marcos.
Ele ainda se pergunta, “quem lucrará com tudo isso? A empreiteira, o político corrupto, as redes de televisão e a FIFA, uma das maiores entidades privadas do planeta”. E complementa “quem perderá? No final das contas quem perde é o contribuinte brasileiro e as comunidades pobres na mira da especulação imobiliária”. Reafirma inconformado.
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