Com uma vasta programação, que incluiu a entrega de um documento com a posição dos movimentos sociais brasileiros sobre a revolta no Oriente Médio, diversas entidades pediram o fim da guerra na Líbia e da intervenção dos EUA e União Européia, além da revogação da Resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre o assunto.
A ação foi convocada pela CMS, Coordenação dos Movimentos Sociais, no Distrito Federal, a pedido do MDD, Movimento Democracia Direta,e com apoio de outras entidades participantes, entre elas CUT, CTB, CGTB, UNE, UBES, MST, CEBRAPAZ, CDR Cubana.
O documento foi entregue no dia 31 de março à Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, à Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados e ao Gabinete do Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
O documento demonstra indignação pelo fato de que o Conselho de Segurança da ONU que, mesmo sem ser unânime, deflagrou uma agressão militar contra a Líbia. Para a CMS, são cínicas as declarações de intenções “humanitárias” com as quais os governos das grandes potências (EUA, França, Reino Unido, Itália, Espanha) – agora com a chancela da OTAN – bombardeiam esse país norte – africano de apenas seis milhões de habitantes”.
O documento afirma ainda mais adiante que : “A agressão imperialista intervém numa guerra civil, causa centenas de mortes entre a população e é, na verdade, uma nova guerra de rapina por petróleo e uma estratégia de contenção contra a luta que varreu os regimes ditatoriais sustentados pelos EUA e a OTAN nos vizinhos Egito e Tunísia. Os Movimentos Sociais do Brasil exigem o fim imediato dos bombardeios à Líbia, reafirma que a intervenção militar externa é inaceitável e atentatória à soberania nacional dos povos. É a descarada manutenção, pela força, dos interesses das potências imperialistas e suas multinacionais na região.
Mais adiante e finalizando, o documento diz: “Neste momento de profunda aflição, prestamos toda nossa solidariedade ao povo líbio, pois apenas a ele cabe a decisão sobre seu próprio destino.Dirigimo-nos ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil e as representações do Senado e da Câmara Federal, para que expressem junto aos organismos internacionais e, em particular à Organização das Nações Unidas, a exigência dos Movimentos Sociais pelo imediato fim da intervenção militar da OTAN na Líbia, pela cessação imediata dos bombardeios, e pelo restabelecimento da paz naquela região”.
Após a entrega do documento, e em todos os locais onde foi deixado, os manifestantes fizeram questão de afirmar que podem ir ás ruas na próxima semana nas principais capitais do país. Ao finalizar a reunião no Itamaraty o grupo de manifestantes dirigiu-se a casa do Embaixador da Líbia no Brasil, Salem Al Zubeid onde fizeram questão de levar pessoalmente seu apoio ás manifestações que acontecem em todo o mundo contra a guerra na Líbia e por uma solução pacífica sem intervenção das potencias imperialistas.
O Coordenador da CMS no DF e representante da CUT, Ismael Silva, fez questão de manifestar sua indignação contra os bombardeios praticados pelos EUA e França que mataram centenas de civis em Trípoli nestes últimos dias. Acilino Ribeiro, Coordenador Nacional do MDD e um dos principais dirigentes da CMS no DF, disse que os crimes praticados pelos EUA e a União Européia, através da OTAN, a qual chamou de Organização Terrorista do Atlântico Norte , serão julgados e condenados pela história, e que “ terroristas como Obama, Sarkozy, Cameron, Hillary Clinton e Robert Gates devem pegar prisão perpetua pelos hediondos crimes praticados, como o assassinato de crianças, jovens, idosos e mulheres, dentre milhares de civis os quais são os responsáveis”, concluiu.
Paulo Vinicius, representante da CTB, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, reafirmou a unidade dos movimentos sociais pela necessidade de combater o imperialismo e levá-lo a derrota política em todo o mundo. O representante do Comitê de Defesa da Revolução Cubana, Marcelo Melquiedes, reafirmou a posição dos movimentos sociais brasileiros em lutarem até as últimas conseqüências para conseguirem a Paz na região, buscando se necessário a articulação internacional para o fortalecimento da luta. Iberê Lopez, Presidente do CEBRAPAZ, Centro Brasileiro pela Paz, afirmou que levará o assunto ao Conselho Mundial da Paz para intensificar suas ações, lembrando que a Presidente do órgão, Socorro Gomes, já manifestou posição idêntica ao dos movimentos sociais brasileiros e que continuará lutando pela paz na líbia e demais países do Oriente Médio.
O embaixador da Líbia no Brasil, Salem Zubeib, agradeceu aos manifestantes afirmando que além do governo brasileiro a sociedade manifesta seu apoio a paz na Líbia e em toda a região como tradicionalmente tem sido de forma histórica. Afirmou que tais manifestações eleva a moral dos líbios que lutam contra o imperialismo e o sionismo, responsáveis pelo que hoje acontece em seu país.
Com Rede Noticias Interprensa – Sucursal Brasil