O Fórum Social Mundial 2011 mal começou em Dacar e já é possível dizer que a presença de Luiz Inácio Lula da Silva era a mais esperada do evento. Pelo menos umas das mais. No “Dia da África e Diáspora”, o ex-presidente da República do Brasil e o presidente do país anfitrião, Abdoulaye Wade, falaram sobre fome e sobre o papel geopolítico da África. Lula criticou países do (1) G-20, (2) a Organização das Nações Unidas (ONU) e (3) os que “deram instruções e não evitaram a crise”.
1) “Não pensem que lá tem sensibilidade para o problema da fome, para os pobres do mundo. Só fomos chamados para as reuniões dos países ricos porque eles estavam em crise e precisavam da nossa ajuda.”
2) “A governança mundial está enfraquecida. O mundo está mal representado. Não tem ninguém pra resolver conflitos. A ONU poderia resolver, se fosse representativa.”
3) “É cada vez mais forte a consciência de que o Consenso de Washington faliu. Aqueles que com arrogância nos davam instruções não evitaram a crise. Hoje somos parte essencial e incontornável da solução da crise internacional.”
Lula destacou as conquistas do Brasil durante seu governo: 15 milhões de empregos, o maior salário mínimo em 40 anos, o acesso de 21 milhões de jovens pobres ao ensino superior, mais vagas nas universidades públicas e o reflorestamento.
“Nosso êxito pode servir de estímulo à construção de um caminho alternativo para outras nações na busca de um desenvolvimento sustentável e igualidade social. A partir de 2003, o Brasil resgatou sua soberania política e econômica, afastou-se do neoliberalismo e adotou um novo modelo de desenvolvimento, que nos permitiu dar um salto histórico, distribuindo renda, conhecimento e poder. Nesse período, tiramos 28 milhões de pessoas da linha da pobreza e elevamos outras 38 milhões à classe média no maior processo de mobilidade social de nossa história. Saldamos parte da nossa dívida social e, ao mesmo tempo, pavimentamos o caminho do país para um novo futuro, inclusive em termos científico e sociológicos. Basta dizer que geramos 15 milhões de novos empresgos formais, alcançamos o maior salário mínimo dos últimos 40 anos, levamos energia elétrica a populações mais longínquas, promovemos uma verdadeira revolução produtiva na agricultura familiar, garantimos o acesso de 21 milhões de pobres ao ensino superior, dobramos o número de vagas nas universidades públicas, tudo isso acompanhado de uma sólida política ambiental, que criou 74% das novas florestas protegidas no planeta da década passada.”