FSM Palestina Livre

Neste dia 28 de agosto, o governo de Israel será julgado pelo
assassinato de Rachel Corrie, jovem ativista que há nove anos foi
esmagada por um trator que demolia casas palestinas em Gaza. Pessoas
em todo o mundo se manifestam, exigindo justiça e o fim da ocupação
israelense. A três meses do início do Fórum Social Mundial Palestina
Livre, encontro mundial histórico que será realizado entre 28 de
novembro e 1 de dezembro de 2012 em Porto Alegre, e que vem sendo
construído por dezenas de organizações da sociedade civil brasileira,
palestina e internacional, a data aponta a urgência da iniciativa.

Israel no banco dos réus

O Tribunal de Haifa anunciará, em 28 de agosto, o veredito sobre a morte da
ativista estadunidense Rachel Corrie, assassinada em 16 de março de
2003, aos 23 anos de idade, em Gaza. Um buldôzer da Caterpillar,
guiado por um militar israelense, passou três vezes por cima de seu
corpo quando ela se colocava como escudo humano para tentar impedir a
demolição de uma casa palestina no campo de refugiados de Rafa, na
Faixa de Gaza.

Apesar dos tribunais israelenses demonstrarem repetidamente que
colocam a impunidade do Estado de Israel e seu exército acima do
respeito aos direitos humanos e das leis internacionais, os pais da
ativista, Cindy e Craig Corrie, iniciaram em 2005 um longo processo
criminal contra o ministro da Defesa israelense, à época, e contra o
Estado de Israel. Quinze audiências e dezenas de testemunhas ajudaram
a manter viva a memória de Rachel e o valor da solidariedade com o
povo palestino.

Compartilhando essa visão, o FSM Palestina livre será um espaço para
quebrar a impunidade, promover o respeito do direito internacional e
reforçar a solidariedade global.

Limpeza étnica

A ação que matou Rachel Corrie, ativista do ISM (International
Solidarity Movement), foi noticiada um dia depois, pelo jornal
israelense Haaretz, como “rotineira”. Infelizmente, são rotineiros o
assédio militar, a tortura e os assassinatos cometidos pelo exército
israelense contra o povo palestino. Milhares de casas continuam a ser
demolidas arbitrariamente nos territórios ocupados, como parte da
estratégia do Estado israelense de dar sequência a um plano deliberado
de expulsão de palestinos, iniciado, segundo historiadores palestinos
e israelenses ainda antes de sua criação, em 15 de maio de 1948.
Naquele ano, em seis meses, foram destruídas 530 aldeias e cidades
palestinas e expulsos de suas casas e terras 800 mil habitantes
nativos.

As políticas de expulsão dos palestinos de suas próprias casas, nunca
mais pararam. Neste mês de agosto Israel anunciou a destruição de 12
comunidades palestinas e a expulsão de seus mais de 1.500 moradores.
Desde o início de 2012 mais de 2 mil pessoas foram afetadas pelo
deslocamento forçado, imposto por Israel. Esses crimes objetivam
tornar impossível o estabelecimento de um Estado Palestino livre e
soberano.

Rachel Corrie não é uma vítima isolada nem mesmo entre ativistas.
Outros já foram assassinados e feridos por prestar solidariedade à
luta palestina. Embora não tenha conseguido impedir que mais uma casa
palestina se somasse à triste estatística das demolições, Rachel, com
seu gesto heróico, fez com que o número de ativistas internacionais
aumentasse, e com que crescesse a solidariedade à Palestina. A luta de
sua família por justiça tem alertado o mundo para a situação dos
palestinos, engrossando as fileiras daqueles que exigem o fim da
política de ocupação, apartheid y limpeza étnica.

Além de sua batalha nos tribunais israelenses, os pais de Rachel
Corrie lutam para que governos e empresas rompam contratos com a
Caterpillar, marca do buldôzer que assassinou sua filha. Recentemente
obtiveram uma vitória por meio do movimento BDS – que reivindica
boicote, desinvestimento e sanções a Israel enquanto a ocupação, o
apartheid e a limpeza étnica da Palestina se mantiverem –, quando a
Caterpillar perdeu os investimentos da poderosa TIAA-CREF, fundo de
investimentos estadunidense.

A família de Rachel Corrie dará entrevista logo após o anúncio do veredito.

Fórum Social Mundial Palestina Livre

O Fórum Social Mundial Palestina Livre (FSMPL), programado entre 28 de
novembro e 1 de dezembro de 2012, será uma demonstração mundial de
solidariedade ao povo palestino, com muitas atividades
autogestionadas, com palestrantes e personalidades internacionais que
virão falar dos caminhos para pôr fim à ocupação das terras
palestinas.

O FSMPL contará com grandes conferências distribuídas em cinco eixos centrais:

1. autodeterminação e direito de retorno;

2. direitos humanos e direito internacional;

3. movimentos sociais e formas de resistência;

4. por um mundo sem muros e sem racismo;

5. BDS e estratégias de luta.

Também estão programados espetáculos artísticos e mostras culturais.
Em 29 de novembro, está prevista uma grande manifestação para celebrar
o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino.

Mais informações sobre o caso Rachel Corrie press@rachelcorriefoundation.org
Telefones: +972-52-952-2143 e +972-54-280-7572 (falar com Stacy Sullivan)
Website: http://rachelcorriefoundation.org/trial

Siga o julgamento no Twitter: @rcfoundation
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#wsfpalestine #rachelcorrie
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Mais informações sobre o FSM Palestina Livre

prensa@wsfpalestine.net
Website: www.wsfpalestine.net

Text for circulation for August 28:

WSF Free Palestine

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