Uma reunião específica dentro do mais recente encontro do Conselho
Internacional do Fórum Social Mundial, de 25 a 27 de Maio, em Paris, atraiu várias organizações dispostas a concretizar um fórum mundial de solidariedade com as lutas do povo palestino contra a ocupação israelense. De lá sairam com uma agenda definida: será no Brasil, em novembro de 2012.
A proposta nasceu no primeiro Fórum Mundial de Educação realizado na
Palestina, em outubro de 2010. Foi organizado dentro do processo FSM e
contribuiu para que os dramas cotidianos do convívio com as armas e os
check-points da ocupação fossem testemunhados por educadores/as e
ativistas de lugares e culturas distantes.
Depois, a urgência solidária contagiou a edição do FSM em Dakar. Um
pedido explícito foi feito durante um encontro do Conselho
Internacional do FSM com representantes do governo brasileiro que, na
época receberam bem a idéia de um fórum internacional no Brasil.
Gilberto de Carvalho, representando a presidenta Dilma Roussef, disse
sem titubear que o país acolheria uma conferência com esse propósito.
Também no FSM Dacar, uma Assembléia de Convergência para a Solidariedade com a Palestina fez uma nova convocatória para concretizar um fórum, embora sem data confirmada até a reunião de Paris.
Resistência crescente
Não são poucas as vezes em que os participantes de encontros na agenda do FSM tem a atenção voltada para as notícias que chegam sobre a resistência palestina frente à ocupação, a exemplo da campanha midiática mundial BDS, de boicote, “desinvestimento”e sanções contra o Estado de Israel, promovida pela organização Stop the Wall, que coincidiu com o Encontro do CI em novembro de 2011.
O encontro do CI em Paris ocorreu dias após as celebrações da Nakba (lembrança dia da expulsão de palestinos para a criação do Estado de Israel, em 15 de Maio), quando jovens manifestantes vindos dos campos de refugiados foram mortos na fronteira com a Jordânia e o Líbano.
A agenda do Conselho Internacional foi fortemente marcada pelos debates e testemunhos diretos dos processos revolucionários do mundo árabe, especialmente Tunísia e Egito, que agora são países candidatos a receber uma próxima edição do Fórum Social Mundial. A sede será definida no próximo encontro do Conselho Internacional, em Bangladesh, em novembro deste ano, mas já está certo que será ao Norte da África.
Nesse ambiente, as organizações reunidas para tratar do encaminhamento de um Fórum de Solidariedade à Palestina também consideraram a candidatura do Egito, disposto a acolher a iniciativa. Acabou, no entanto, prevalecendo a alternativa brasileira. Pesou a disposição das organizações em viabilizar o fórum e o processo de mobilização já em curso no Brasil, a exemplo da CUT, que já vinha se programando para realizar uma conferência pró-Palestina, e que agora parte para uma agenda comum com o movimento de solidariedade internacional.
Participaram da reunião em Paris: IBASE, CUT, e CIRANDA – Brasil, PNGO – Palestina, FMAS – Marrocos, SHEHAB – Egito, PHA – India, ARCI – Italia, Stop The Wall – Italia/Palestina, Alternatives e Alternatives International – Canada