Sim, a grande mídia cobriu o Diálogo.
Na verdade, fecharam o foco na grande fala da noite – a da Presidenta Dilma. Mas não se detiveram no clima, e pouca atenção deram às demais falas.
E é justamente nestes aspectos que queremos focar.
Eles foram chegando, aos poucos, aos bandos, sozinhos, em fila, em turma, silenciosos, cantando.
Papéis, panfletos, bandeiras, camisetas.
Na entrada, a empresa de saneamento oferecia água fresquinha em dedais de papel.
Partidos políticos (PT, PCdoB, PSB, Pátria Livre, PMDB), centrais sindicais (CUT, CTB, UGT, CONAM – CTB – RS), Estudantes (JS, UBES, ) e Fórum Social Temático em toda sua diversidade – movimento de moradia, movimento negro, mulheres, ambientalistas, etc., etc. etc. Isso, sem falar do S.C.Internacional – 1909.
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Faixas com dizeres variados: “Dilma, devolva o terreno e as casas aos moradores – somos todos Pinheirinho”; “Veto já! ao Código Florestal”.
“Abaixo a repressão – o Pinheirinho….”
Raul Pont presente. Olívio Dutra também. Aliás, muito aplaudido.
Músicos, conjuntos –música gaúcha, dos Pampas, latina, samba –uma festa, uma guerra, ou quase. Os espírito do público, sentado, não se embalava ao som da música, embora uns ou outros a ouvissem prazerosamente, alguns batendo palmas ritmicamente.
Música latina desperta respeito, palmas ao término..Música brasileira, adesão à cantoria. E haja cantoria – desde as 17horas!
Finalmente, o ato tem início. O prefeito de Porto Alegre saúda a presença das autoridades e dos movimentos sociais presentes ao Encontro.
Segue-se-lhe a fala do governador Tarso Genro.
Além das saudações, ambos destacam que o “outro mundo possível” passa também por Porto Alegre e pelo Rio Grande do Sul, ambos com geração de emprego, manutenção dos direitos dos trabalhadores, com inclusão, trabalho e participação social.
PaBLO Sólon boliviano e militante ambientalista
Duas pessoas falaram pelos movimentos sociais. O boliviano Pablo Solon, e Carmen Foro, da CUT/Contag.
Pablo focou fundamentalmente as questões relacionadas com a Sustentabilidade ambiental.
Sra. Presidenta Dilma, srs. Min, companheiros e companheiras,
Ao longo deste s dias temos discutido o que queremos de resultado da conf. De rio + 20. Qual é o outro mundo possível que queremos?
Um primeiro aspecto, diz respeito à relação que temos com a natureza. Que tem sido tratada como uma coisa que podemos esgotar, transformar, sem nenhuma conseqüência.
E a natureza não é um objeto, não e uma coisa. Nós pertencemos à terra e esperemos que Rio + 20 se reconheça na natureza brasileira.
Reconhecer que nós, seres humanos, temos direitos.
Mas também tem direito a água, a biodiversidade. Eles também têm este direito. É fundamental um mundo diferente do qual somos uma parte e não os todo-poderosos do planeta terra.
Segundo tema; não é possível que através da economia verde se pretende um novo processo de exploração e de mercantilização da natureza.
Estão discutindo em NY o Rio + 20, a calcular o dióxido de carbono, para emitir Crédito carbono.
Economia verde vai significar um processo e mercantilização da natureza como nunca temos visto.
Por isso, no FSM vejamos como nos organizamos para uma campanha mundial contra a economia verde e a mercantilização da natureza.
Nós derrotamos a ALCA. Hoje temos outro desafio pela frente.
Um outro aspecto fundamental é que temos que reconhecer que eles não podem fazer o que querem com a natureza. Não somos deuses para transformar a natureza de qualquer forma.
Querem alterar o sistema da terra através de emissões vulcânicas. …
Combater as emissões de gases por emissão de partículas vulcânicas pode custar a vida não só dos seres humanos, mas da biodiversidade.
Limite – hay limite
O tema do financiamento.
Metade dos problemas ambientais, dizemos “isso é falso”. Há gastos em defesa e se este dinheiro se inverte em nossa natureza, na terra, resolvemos os problemas.
Em vez de ir para o caminho da privatização dos serviços ambientais – ,,, água, proteção da biodiversidade, El mercado, o banco mundial
– Por ultimo, queremos que Rio + 20 seja um mundo que distribua a riqueza. Não é possível que 1% da população concentra 50% da riqueza.
Se todos quisermos viver como os americanos, o planeta não agüenta
O sistema capitalista está ultrapassando os limites de nossa Madre Tierra.
Assim como vencemos a ALCA, venceremos esta nova tentativa de desrespeito da natureza .
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CARMEM FORO – TRABALHADOR A RURAL , AMAZONIA – CUT – CONTAG
Carmen fez uma fala abrangente, onde todos os setores e segmentos se sentiram representados.
O que significa a presença de diversos setores aqui – o movimento social mundial, o movimento de mulheres, também a juventude do Brasil e do mundo, saudar os indígenas aqui presentes, várias ONGs ambientalistas que tem contribuído para um modelo sustentável para todos nós.
Presidente Dilma, a orientação da Rio + 20 será um grande desafio. Brasil será palco de um evento dos mais importantes, na minha opinião
Vinte anos depois, o que apontou a ECO 92. Vinte anos depois, lógica, modelo que não é sustentável nem ecológico,nem social ,nem ambientalmente.
O que para nós latino-americanos, brasileiros, é fundamental dizer que a luta do povo foi construído com um governo que tem comprometimento com renda e inclusão .
Dilma, este processo foi construído e acumulado por todos nós.
Com muito orgulho – porque somos construtores deste caminho político.
Que foi conquista das mais importantes, pela sociedade Brasileira.
Acho fundamental a coragem da pres. Dilma, num momento de crise no mundo, fazer compromissos que apontam para distribuição de renda, investimento no mercado interno, diminuição da taxa de juros. Que avança e aponta com certeza de que a sociedade brasileira avançará na erradicação da extrema pobreza.
Também quero, na área de educação, agricultura familiar, de proteção da indústria brasileira em pleno século XXI, neste momento da história, que nós possamos… O tema da desigualdade – desigualdades sociais, que afetam a juventude, as mulheres e milhares de homens e mulheres de nosso pais, e que tem que ser enfrentado.
Importância da agenda para desenvolvimento da reforma agrária e da produção de alimentos nacional, de fortalecimento do MERCOSUL, do salário mínio, de .. , de assistência técnica. \
Contaminando nossos alimentos,(aviões)
Fundamental caminhar para Rio + 20, o tema trabalho decente para nós é fundamental. Redução da jornada de trabalho para 40 horas – uma pauta histórica para os trabalhadores.
Tem que ser considerado, nas evoluções que serão feitas pelas Nações unidas. Não é possível discutir sustentabilidade, sem discutir trabalho, trabalho decente… porque há cem milhões de trabalhadores desempregados no mundo inteiro.
Nós não vamos aceitar uma economia rotulada de verde, sem direitos trabalhista, isso não é sustentabilidade.
Nós trabalhadores, vamos fazer a nossa parte. E fazer a crítica, fazer uma grande objeção, para que a gente possa questionar este modelo, questionar a economia verde (o que seria ela)
No Rio + 20, a nossa tarefa é uma ampla tarefa de articulação da classe trabalhadora, nessa luta.
DILMA
Saudada pelo grito de guerra – Olê, olé, olé, olá, Dilma, Dilma!!!
A presidenta iniciou seu discurso cumprimentando as autoridades e os movimentos sociais presentes.
É uma alegria poder voltar a PoA para participar de mais uma reunião do FSM, Aqui estive em 2001, quando ainda secretária de energia do governador e, companheiro e amigo. Desde então esta cidade transformou-se em referencia para todos os que buscavam uma alternativa ao desequilíbrio da situação econômica e política geral.
Aqui se firmou a idéia de que outro mundo e possível, pois que não se dobraram ao pensamento único e fizeram a história.
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15 anos. A crise internacional transformou se em crise real a partir de 2008 e desde então não parou mais.
Nestes 11 anos, coisas positivas. Na América Latina, vimos construindo respostas alternativas e democráticas à situação,
Em constantes transformações sociais, econômicas e políticas Nossos países crescem enquanto outros países Olívio Dutra
Muito importante que o FS Temático ocorra poucos meses antes da Conferência das Nações Unidas sobre mundo sustentável – Rio + 20.
Em grande parte do mundo desenvolvido busca-se – consequências sociais e ambientais nesta.s
Desemprego, xenofobia, autoritarismo, enfrentamento aquecimento global e ameaça à paz mundial.
Reunião G20 – confesso não fiquei satisfeita com os resultados – não é fácil alternativas quando estamos rodeados por preconceitos políticos e ideológicos.
Anos 80 e 90, euielirios macro-econômicos foram preconceitos políticos e ideológicos que impunham modelo conservador, que levou nosso pais a recessão que aprofunda a desigualdade.
Hoje estas experiências fracassadas estão sendo novamente propostas aos países em crise.
Estamos num momento importante de um processo de renovação de Idéias.
Diferentemente das COB, centradas em importantes questões ambientais, o Rio+ 20 vai enfrentar uma questão mais ampla – um novo modelo de desenvolvimento – contemplando 3 dimensões – econômica, social e ambiental.
Queremos que a palavra “desenvolvimento” esteja sempre associada a “sustentável”.
Ao lado dos Objetivos do Milênio, os objetivos do desenvolvimento sustentável. Objetivos e metas – o combate à desigualdade e a exclusão.
É possível crescer e incluir, proteger e conservar.
O que estará em debate é um modelo de desenvolvimento capaz de desenvolvimento e de geração de renda. Redução pobreza a e de melhor educação. E inovação tecnológica. E de uso sustentável e preservação dos recursos ambientais.
Em Copenhagen, há 3 anos, nosso governo assumiu novas responsabilidades. Apresentamos lá, e aqui no Brasil, como compromisso voluntário de nosso governo, a significativa redução de emissão. Lamentavelmente, os demais países relutam em anunciar seus esforços.
Somos o país que mais tem feito pela redução de gás efeito-estufa.
Estes compromissos são parte integrante da grande transformação nos últimos 9 anos.
No meu governo, quero dizer aqui que, para nós, desenvolvimento sustentável significa crescimento acelerado de nossa economia para poder distribuir riqueza.
Expansão de empregos formais. Distribuição de renda, com política pública, e melhorias na educação, da saúde, segurança pública e de todos os serviços públicos.
Crescimento que corrija o desequilíbrio do país. Que corrija a condenação deste paísi ao baixo desenvolvimento. Criação de amplo mercado de bens de consumo massa, que de sustentação ao nosso desenvolvimento.
Significa também o Brasil se transformando e cada dia mais, do ponto de vista econômico, num país de classes médias. Significa desenvolvimento que tem na sustentabilidade ambiental, uma condição presente.
Energia, segurança alimentar,inovação tecnológica, que leva em conta o desenvolvimento sustentável. De nossos recursos ambientais.
Com o aprofundamento dos mecanismos de participação social de nossa democracia.
Defesa dos valores, de nossa cultura, nossa diversidade cultural,
O quadro o que o presidente Lula começou a desmontar é o da exclusão e desigualdade social.
Estamos .. como os 40 milhões de Brasileiros que deixaram a miséria e ascenderam à classe média.
Nosso esforços nos próximos anos será a determinação de fazer cumprir o programa Brasil sem Miséria.
O lugar que o Brasil ocupa no mudo não é resultado de milagre econômico, mas de esforços do povo brasileiro e de seu governo que souberam dar uma virada. O Brasil, hoje é um novo país.
Ninguém pode negar – nós somos hoje um país mais forte, mais desenvolvido e mais respeitado. Um país que convive harmoniosamente com seus vizinhos da América do Sul e que quer construir com ele um pólo de desenvolvimento.
Novas relações com nossos irmãos africanos. E dando um novo espaça à Palestina, que esperamos possa se reconstituir brevemente, e com sua soberania garantida.
Nova ordem econômica mundial multipolar. Paz.
A tarefa que nos impõe este forum é desencadear o movimento de renovação de idéias e de novos processos absolutamente necessários para enfrentar os dias difíceis em que vive hoje parte da humanidade.
Um processo crescente de concentração de renda e aumento da desigualdade nos países desenvolvidos e mesmo alguns emergentes.
A consequência é uma explosão de desemprego e desigualdade social, que são particularmente cruéis quando se trata de nações ricas, que conquistaram direitos agora contestados. E porque atingem particularmente os jovens , as mulheres, e os trabalhadores.
A voz das ruas… colocando em risco não apenas conquistas sociais, mas a própria democracia.
O mundo de pós liberalismo não pode ser de pós-democracia.
Jovens,mulheres, militantes, que ocupam as ruas representam um sintoma importante que não pode ser desconsiderado.
Protagonismo crescente determinante para estas mudanças.
Como afirmei, na abertura de assembléia geral da ONU, tenho a certeza de que o século XXI seja o século das mulheres!!!
As organizações da sociedade civil, os governos progressistas, cada um na sua dimensão, podem fazer o novo milênio, o anúncio de uma nova era. Com laços de solidariedade e da cooperação sul-sul.
O grande movimento humano das esperança.
Foi a esperança que moveu a minha geração, anos atrás. Hoje, olhando para trás, só posso dizer a vocês “valeu a pena, companheiros e companheiras!”
É essa esperança que nos une, que nos mobiliza para o Rio + 20. E essa esperança que deve sempre buscar vida sustentável. O papel da sociedade civil será determinante para o Rio + 20. Conto com a participação de vocês. Tenho certeza – um outro mundo é possível! Até o Rio de Janeiro!
DIÁLOGO SOCIEDADE CIVIL E GOVERNO
Dia 26/01/2012 – Porto Alegre – fÓrUM sOCial teMÁTICo