Não é exagero dizer que nossa história é vergonhosa! São 510 anos de extorsão, escravidão e corrupção. Já nos primeiros dias após o desembarque dos portugueses nessa terra vermelha teve início um processo de escambo que levou riquezas e nos deixou bebidas e todo tipo de bugigangas.
Passado o período de escravidão oficial chegamos a era da modernidade, com as cidades sendo levantadas com a mão de obra nordestina que agora sofrem com a xenofobia. E quando achávamos que este tipo de exploração já era algo do passado surgiu a denúncia de trabalho escravo na fabricação de roupas de roupas da Zara, que posteriormente seriam vendidas as mãos delicadas da classe média.
Se o trabalho escravo, extorsão, excesso nas horas de trabalho, e a vida sem dignidade não fossem o bastante, chegamos ao apogeu do absurdo. Uma notícia publicada pelo Terra revelou a existência de “Superfuncionários” que agem nas plantações de cana-de-açúcar. São homens e mulheres “dopados” que trabalham em torno de 14 horas por dia, realizando o sonho de qualquer Usineiro. A receita para tanta energia é um estimulante de aparência amarelada, conhecido por alguns como roca, por outros como pedra, mas oficialmente catalogado como Crack.
Os trabalhadores utilizavam a droga com o objetivo de aumentar a produtividade em uma profissão onde se ganha – muito pouco – pela quantidade horas no canavial. As áreas onde há mais incidência do caso são Ribeirão Preto, Vale do Ribeira, Pontal, São José do Rio Preto e Alta Paulista, onde há forte indústria sucroalcooleira. Já o governo, que seria responsável por investir e punir de forma exemplar os incentivadores desta prática, respondeu apenas com uma promessa de aumentar o investimento em programas de combate as drogas.
A conclusão? Até quando se espera um mínimo de dignidade da classe política o mais do mesmo de repete!