Conheça os símbolos Adinkra

“Volte-se e encontre!” Ou “retorne e pegue!” Este provérbio africano, chamado Sankofa, representado pela imagem de um pássaro com a cabeça voltada para o próprio dorso, diz que é preciso aprender com o passado, com os antigos conhecimentos, para fazer um futuro melhor.

Trata-se de um símbolo Adinkra, antiga escrita ideográfica do Oeste africano, que se encontra em tecidos, portas e objetos oriundos principalmente de Gana e Costa do Marfim.

A Sanfoka está presente em coberturas jornalísticas compartilhadas do FSM e foi escolhida pela Ciranda para designar a presença de pessoas da diáspora africana no Senegal. Cada matéria sobre o eixo 10 (Africa e Diáspora) carregará esse selo. E da mesma forma, cada um dos 12 eixos do FSM terá um símbolo correspondente.

Os Adinkras utilizados pela Ciranda foram pesquisados por um jovem webdesigner americano, Jean MacDonald, que esteve em Ghana em 2001, mesmo ano do nascimento do FSM, para intercâmbio profissional. Esse também foi o ano dos atentados às Torres Gêmeas em seu país. “O choque e o horror do 11 de Setembro me fez voltar a atenção aos Adinkra como uma espécie de contraponto à violência e ódio. Tornou-se importante lembrar que o que nos une é maior do que nos divide”, conta Jean, em uma frase que faz lembrar aquelas repetidas por Boaventura Souza Santos nas edições do FSM. Jean passou a organizar os símbolos e seus significados em um site copy left (reprodução não comercial liberada)

Segundo o colecionador de Adinkras, os símbolos refletem um sistema de valores universais, como a tolerância e a integridade. E guardam grande proximidade com os temas que organizam o FSM. Para o eixo 2, que trata da justiça ambiental, por exemplo, o Adinkra escolhido é Asase Ye Duru, que alerta para a importância da Terra, como símbolo da manutenção da vida.

Para o eixo 5, sobre direito aos saberes e aos meios, o Adinkra Nea Onnim no sua a, ohu ensina: “aquele que não sabe pode aprender.

Desde a celebração dos 10 Anos da Comunicação Compartilhada no FSM, os debates vão no sentido de entender comunicação e cultura como interligadas. Durante os meses prévios ao FSM de Dacar, houve um enfoque importante para a nova cultura da comunicação, as possibilidades de compartilhar via internet. Para Dakar, em homenagem à Diáspora, a Ciranda faz conecta seu trabalho em comunicação com a antiga cultura do Oeste Africano.

Os Adinkras foram inicialmente criados para expressar sentimentos diante da morte, da despedida, do fim de um um ciclo e significa Adeus. Aos poucos passaran a expressar também a renovação e ensinamentos filosóficos para a vida em harmonia.

Símples e bonitos, esses grafismos foram incorporados aos tecidos e hoje são conhecidos como elementos da estamparia de Ghana. Estão nas vestimentadas das mulheres e também nas vestes de cerimônia, além de objetos de arte e sites sobre identidade africana, no Brasil por exemplo.

A Ciranda está aberta à publicação de artigos e conteúdos sobre o FSM e suas atividades em Dakar, desde que disponibilizados em copy left (para livre reprodução não comercial). Eles podem ser enviados em qualquer idioma para ciranda@ciranda.net ou fotociranda@gmail.com com nome de autor, sugestão de título, e indicação atividade a que se relaciona. Também podem ser postados diretamente no site.

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