“Céu sem Eternidade” narra a história de um conflito que se arrasta por 30 anos

Para driblar a dificuldade de locomoção entre as comunidades que participavam do projeto, o documentário contou com um recurso fictício, a TV Tapuia. A gravação feita em uma comunidade era levada a outra para uma sessão de TV, permitindo que as três comunidades soubessem o que ia sendo gravado para o filme.

A exibição do documentário e debate sobre o tema promovidos nesta segunda-feira (26) no Cine Livraria Cultura, em São Paulo foi, de acordo com Eliane, uma continuidade desse processo. Tanto a exibição quanto o debate foram filmados e as comunidades quilombolas vão poder assistir as reações da plateia ao filme e ao debate.

O evento reuniu várias partes desse conflito entre quilombolas e o Programa Espacial Brasileiro, que começou com a implantação, em 1980, do Centro de Lançamento de Mísseis em Alcântara, escolhida por ser um dos pontos mais privilegiados para lançamentos de foguetes do mundo, já que sua proximidade com a linha do Equador permite uma economia de 30% de combustível.

O governo militar na época considerou essa área ocupada por cerca de 3.000 famílias espalhadas por 159 povoados como um “vazio demográfico” e desapropriou 52.000 hectares de terra. Uma extensão desproporcional, considerando-se os 8.000 hectares usados até hoje. Em 1991, Fernando Collor desapropriou mais 10.000 hectares. No governo Sarney, 312 famílias foram remanejadas para as chamadas “agrovilas”, instaladas longe do mar (dificultando e, em

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