Caso Pinheirinho repercute em Porto Alegre

Governistas e oposição debatem no segundo dia do Fórum Social Temático

Por: Jhonahan Pino e Adrielly Santos, da Agência Jovem de Notícias

“Eu quero manifestar meu agradecimento as pessoas nas redes sociais por tornar público aquela vergonha que foi Pinheirinhos. As redes sociais cumpriram seu papel social com a divulgação deste evento”. Foi desta forma que a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, finalizou a sua participação no Diálogos Globais, sobre A internet e os direitos humanos, na tarde dessa quarta-feira, 25, durante o Fórum Social Temático (FST), que está sendo realizado em Porto Alegre.

Num debate com o especialista em Engenharia de Software, Rogério Santanna, com o professor da Universidade Federal do Rio Janeiro, Giuseppe Cocco, além da participação de Javier de La Cueva, através de webconferência, a secretária dos Direitos Humanos foi sabatinada sobre a necessidade de inclusão e da garantia do acesso à internet como direito fundamental da população brasileira.

Rogério Santanna apontou os dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) referente ao número de acessos de brasileiros a banda larga. Conforme Santanna, dos 18 milhões de pessoas com acesso a essa tecnologia no Brasil, 14,4 milhões estão concentrados nos cincos estados mais ricos do Brasil, localizados na região Sul e Sudeste brasileira.

“Isso evidencia que o mercado não está interessado em resolver o problema do baixo acesso da população pobre brasileira à banda larga. É necessário uma intervenção do Estado para que este problema seja superado”, declarou Santanna.

Na defesa do governo, a ministra abordou os avanços que o Brasil teve nos últimos anos referente a política de democratização da internet, mas revelou a importância da apropriação da rede pela população como ferramenta para a democracia brasileira. “Nós acreditamos que para a rede mundial de internet, quem produz a regularização da rede é a sociedade livre”, declarou a ministra.

Maria do Rosário revelou que a divulgação do massacre da favela de Pinheirinhos, em São Paulo, no último dia 22 foi um exemplo do poder que a sociedade tem com a internet. “O massacre de Pinheirinhos significa uma vergonha para uma nação rica como a nossa. Às vezes eu vejo imagens e a possibilidades de vê-las nas redes sociais se constitui num novo fator para a democracia brasileira”, ressaltou.

Marina Silva e Leonardo Boff também palestraram no FST

Também nesta quarta-feira, 25, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o escritor Leonardo Boff participaram das atividades do FST. Marina apontou a crise econômica, social, ambiental e de valores da sociedade atual. “Enfrentar esses problemas requer de nós desconstrução e descontinuidade produtiva. A sustentabilidade vai nos remeter a uma nova maneira de ser, pois o atual modo de vida está comprometendo a vida do planeta”, exaltou.

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