A jornalista independente Sally Burch defendeu nesta sexta-feira uma articulação continental do movimento pela democratização da comunicação. Ela participou do eixo Direito à Comunicação do III Fórum de Mídia Livre, e ressaltou que os grandes conglomerados midiáticos já estão organizados, em entidades como a SIP, a Associação Interamericana de Imprensa.
Segundo a jornalista, o direito à comunicação, regulamentado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, surge com o objetivo de resguardar a liberdade de informação do risco de censura por parte dos governos. Hoje, no entanto, a principal ameaça à liberdade de comunicação seria os próprios conglomerados de comunicação.
“Durante as ditaduras latinoamericanas, há uma explosão das experiências de comunicação alternativa e popular. Mas quando chega a democracia, os governos se juntam às grandes empresas e todas essas experiências começam a se debilitar”, observou Burch, que ressaltou que, com a chegada da internet, houve um ressurgimento dessas mobilizações.
Para a britânica, que fez a apresentação em espanhol, hoje há muitos setores lutando pelo direito à comunicação. Mas em poucos casos haveria uma articulação dessas lutas, como já fazem os empresários. “A Argentina, com a Ley de Medios, conseguiu se articular. E isso tem que servir de exemplo para os outros países latinoamericanos. Se o Equador aprovar uma lei, a Bolívia pode aprovar também. E aí os brasileiros vão ter mais respaldo para fazer o mesmo”, concluiu.