“Ainda oiço. Trago na memória.
Na noite de São Luiz
Escuto ainda
As badaladas a…rrastadas
Do sino grande
… Da matriz.
Coisa rara: tivemos que sair
Minha mãe, minha madrinha e eu
Para arejar o pequeno Iussef
Que estava com tosse comprida.
Ruas desertas. Escuridão.
Barro e chuvinha
Cheiro do mato vindo da outra banda
Do rio
No alto do morro
O cruzeiro iluminado que meu pai,
Poeta introvertido,
Mandou iluminar.
Primeiras elétricas luzes,
Que antecediam
O Pontilhado imenso que
marcava as luzes do universo.
Saudades de menino
Entes queridos.
Lembranças sentidas.
E, para completar
As badaladas arrastadas do sino grande
Que saudades, Deus meu!
Aziz Ab´Saber (24/10/1924 – 16/03/2012)
no Livro A Obra de AZIZ NACIB AB´SAber, Editora Beca, 2010.
(Foto: Francisco Emolo / Jornal da USP / USP Imagens )